CONTRATOS SEM LICITAÇÃODENÚNCIA

Delegado Geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira, registra B.O. sem indicar autor de crime

O Delegado-Geral da Polícia Civil do Pará, Alberto Teixeira, está no centro de mais uma polêmica nesta semana. Desta vez por registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia Virtual relatando sofrer ameaça de morte. Até aí, tudo bem.

Mas o que chama atenção é a descrição feita por ele no BO: “Comunica que teve informe, por meio de terceira pessoa, que não quis se identificar, que há pessoas querendo atentar contra a sua integridade física/vida. Relata para os devidos fins de direito”. Veja:

Alberto Teixeira não informou quem cometeu o crime de ameaça contra a sua vida, contrapondo a própria necessidade de um B.O. Se não informa quem é o autor do crime, então qual a função de um B.O.?

Além disso, o Delegado-Geral diz que soube das ameaças de morte por meio de uma outra pessoa, que não quis se identificar, segundo o próprio delegado. Sendo assim, já imaginou se qualquer pessoa com informações rasas vai em uma delegacia registrar denúncia?

Olhem pelo lado dos cidadãos que vão fazer B.O. com informações contundentes do denunciado, mas não recebem resposta efetiva da polícia, como ocorre com muitas mulheres vítimas de relacionamentos abusivos.

Clima tenso dentro da Polícia Civil do Pará – Além dos escândalos (veja abaixo), de acordo com a jornalista Franssinete Florezano, na volta de Alberto Teixeira de suas férias houve “uma baixaria total na Delegacia Geral. Todos escutaram a gritaria feia entre os diretores, corregedor-geral e Delegado-Geral Adjunto. Com direito a socos na mesa e palavrões cabeludos, um chamando o outro de “f.d.p., v.s.f, v.t.c” e outros irrepetíveis. Tudo na frente de todo mundo que estava por lá”.

Gérsica Raphaela Veiga da Silva, delegada chefe de gabinete do Delegado-Geral, chorou publicamente, e a diretora do Núcleo de Inteligência Policial, delegada Quésia Dorea Cabral, a mesma que conduziu inquérito contra blogueiros e jornalistas (incluindo este portal de notícias), foi incluída no dossiê contra todo o alto escalão da PC-PA que o Ministério Público apura sobre plantões remunerados indevidos está com os “nervos à flor da pele”. Veja reportagem aqui: Delegada Quesia Dorea recebe mais de R$ 57 mil por plantões remunerados fraudulentos

Queda da cúpula da Polícia Civil – As notícias que correm pelos corredores da PC-PA é que nesta semana cairá toda a cúpula da PC. De acordo com Franssinete, o “diretor de Polícia do Interior, delegado José Humberto de Melo Júnior, até já se despediu no grupo de WhatsApp da DPI, hoje”.

Escândalos e mais escândalos – A Polícia Civil do Estado do Pará vive seu pior momento com Alberto Teixeira como Delegado-Geral da instituição. O portal ParaWebNews fez importantes denúncias, algumas inclusive serviram como base para o Ministério Público do Pará entrar com ações contra o delegado por improbidade administrativa e até mesmo pedir seu afastamento do cargo.

Compra de Álcool em gel sem licitação e com valor acima do mercado – Alberto Teixeira usou o processo de dispensa de licitação, aproveitando-se do decreto de situação de emergência, para aquisição de 4 mil litros a um custo total de R$ 220 mil, ou cada litro pelo valor de R$55,00, valor esse acima do que poderia ser encontrado mesmo com a demanda alta na época. O caso causou revolta pelo mau uso do dinheiro público em um período delicado e também porque empresários foram presos ou tiveram mercadorias confiscadas por supostas práticas de “preço abusivo” (Leia a matéria aqui).

Acumulação de cargos, inquéritos e escândalos no serviço público – A carreira pública de Alberto Teixeira é marcada por escândalos. O atual Diretor-geral da Polícia Civil tem a fama de acumular cargos dentro do governo do Pará. Recebeu D.A.S, da Polícia Civil no estágio probatório, o que é vedado por Lei; foi para reserva remunerada ex offício da Polícia Militar, quando tal fato é vedado pela Constituição Federal de 1988; e recebeu verbas remuneratórias da Polícia Civil e da Prefeitura Municipal de Marabá, ao mesmo tempo (Leia a matéria aqui).

Juíza suspende ato do delegado-geral Alberto Teixeira – Em junho passado a juíza Andrea Ferreira Bispo, da 2a. Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública, suspendeu ato de Teixeira que transferia o delegado Carlos Eduardo Carvalho de Mattos Vieira para o município de Novo Progresso (PA), deixando-o em Belém. Carlos Eduardo era titular da Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRPD), e em Marabá ele foi testemunha em processo contra o atual delegado-geral Alberto Teixeira, e o atual DPI em Marabá (Leia aqui).

Nepotismo, diárias indevidas, cumulação de cargos para esposa e cunhada – Além de ter acumulados cargos e salários, Alberto Teixeira tratou de dar uma ajudinha para a esposa e a cunhada em órgãos estaduais. Sua esposa, Denise Lima do Rosário Teixeira Barros, é professora concursada da Seduc, mas foi nomeada para Susipe (com o nome de solteira), logo depois foi nomeada para a Casa Civil para trabalhar subordinada ao seu cunhado Parsifal Pontes e ainda exerceu dois cargos quando passou a compor a comissão de “Seleção com a Finalidade de Proceder ao Recebimento e Julgamento de Propostas de Trabalho Relacionadas ao Chamamento Público” junto a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa). Alberto Teixeira indicou sua cunhada Danielle Lima do Rosário Vasquez (nome de casada) para assumir cargo de “chefe de serviços” da Polícia Civil (já exonerada). (Leia aqui).

Cargo para ex-esposa – Como se já não bastasse a ajudinha para a esposa e cunhada, Alberto Teixeira também tratou de arrumar um cargo para sua ex-esposa, Márcia do Socorro Pimentel Moura. Márcia Pimentel foi nomeada para ser Diretora de Divisão na Polícia Civil do Estado do Pará, sem sequer ser policial e muito menos bacharel em Direito, como o cargo requer. A denúncia segue com as informações de que Márcia não frequenta o lugar onde está lotada, sendo assim o que se chama de ‘funcionária fantasma’, e ainda recebe indevidas diárias de viagens na Polícia Civil. (Leia aqui).

Recebimento de diárias de viagens ao interior do Pará, sem sair de Belém – Alberto Teixeira recebeu diárias para viagens ao interior do Pará, mesmo sem sair de Belém. (Leia aqui).

Tentativa de censura contra o ParaWebNews – Alberto Teixeira entrou com uma ação na 4ª Vara do Juizado Especial Cível de Belém, para que duas reportagens do site Pará Web News fossem retiradas do ar, alegando “uso indevido de imagem” (Leia aqui).

Reportagem do ParaWebNews fundamenta Ação Civil Pública contra Alberto Teixeira – O Delegado-Geral virou réu em uma Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa movida pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do 4º Promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, Daniel Henrique Queiroz de Azevedo, que apura a compra superfaturada de 4 mil litros de álcool em gel 70%, pelo valor de R$ 55,00, por cada litro do produto, em março passado (Leia aqui).

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