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Como a Europa criou um ‘clubinho de seleções’ e pode ter feito armadilha para si mesma na Copa do Mundo

A Uefa mudou a ordem do futebol de seleções desde a última Copa do Mundo. Isto porque a criação da Uefa Nations League (que ocupou todas as datas disponíveis para amistosos) estabeleceu uma barreira entre as equipes nacionais do Velho Continente e as do restante do globo terrestre.

Os times de lá passaram a jogar exclusivamente contras seus vizinhos, criando um clubinho que se pressupõe a elite do futebol mundial. É como se tivessem declarado: “nós nos bastamos”.

Mesmo sendo dona dos últimos títulos mundiais e organizadora das principais competições de clubes, a Europa talvez tenha criado uma armadilha para si própria. Os jogos dessa sexta-feira (25) no Qatar mostraram que seleções consideradas inferiores podem, sim, competir contra as poderosas equipes da Uefa.

Não preciso citar a vitória do ‘escondido’ (da mídia ocidental) time iraniano contra os britânicos de Gales porque o país vizinho à Inglaterra não está entre os mais badalados. Mas o que dizer dos confrontos entre a revolucionária seleção dos Países Baixos (a Holanda) e a jovem equipe equatoriana? E da dureza que o tradicional English Team encarou diante de sua antiga colônia que chama o esporte de Soccer? Foram dois empates com gosto de vitória para os europeus, superados tecnicamente pelos adversários.

Se olharmos um pouco para trás, lembraremos da valente virada japonesa sobre a tetracampeã Alemanha. Construída com um futebol de qualidade.

Os países europeus seguirão com destaque na Copa. E com grande chance de conquistar o título. Até porque o continente detém o maior número de vagas para a competição. Não se discute que há, sim, times muito bons e fortes por lá. Mas a política de segregação durante o ciclo entre Mundiais, fechando as portas para os países ‘periféricos’, pode custar caro a médio e longo prazo.

O mundo é da diversidade. Não se joga de apenas uma forma. E o exclusivismo é uma via de mão dupla. Se nós não jogamos com eles, a recíproca é verdadeira. É preciso estar pronto para duelar com diferentes equipes, abordagens, escolas.

Porque, se para uns não parece, há vida e futebol fora da Europa.

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