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Em troca de favores, polícia do Pará faz escolta de shopping centers

A presença ostensiva da Polícia Militar no entorno de shoppings em Belém tem suscitado preocupações quanto a uma alegada troca de favores entre os estabelecimentos comerciais e as forças de segurança. Um exemplo notório é o Shopping Castanheira, que exibe, logo na entrada, o anúncio do 27º Batalhão da Polícia Militar, enquanto os policiais ocupam postos dentro e fora do shopping. As informações são do portal UOL e Alma Preta.

A situação se repete em outros centros comerciais, como o Shopping Metrópole e o It Center, onde o Comando de Policiamento da Região Metropolitana se encontra dentro das instalações, estacionando viaturas em frente às unidades, aparentando uma espécie de ronda privada.

Viaturas da Polícia Militar do Pará em estacionamento de shopping. Foto: Pedro Borges/Alma Preta

Policiais entrevistados pela Alma Preta expressam desconforto com a prática, considerando-a um desvio de função da atividade policial, que, em teoria, deveria servir ao interesse público. No entanto, alegam terem pouca margem de ação diante das ordens dos superiores hierárquicos.

Essa cooperação controversa entre a polícia e os shoppings não se limita à presença física. Relatos indicam que policiais não pagam pelo estacionamento em alguns shoppings, enquanto outros clientes são taxados após 15 minutos. Além disso, benefícios como refeições gratuitas, como pizza à noite no Shopping Metrópole, e almoços gratuitos no Shopping Grão Pará, são oferecidos aos policiais.

A reportagem apurou que a troca de favores não se restringe apenas à segurança. Há relatos de que policiais têm sua presença registrada como obrigação, mesmo diante de situações de ocorrência, sob pena de “abandono de posto”. Em alguns casos, o comando instrui que acionem outras viaturas, mesmo em casos de crimes.

No Shopping Metrópole, o Comando de Policiamento da Região Metropolitana fica dentro do centro comercial. Foto: Pedro Borges/Alma Preta

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) e a Polícia Militar foram questionadas sobre essas relações entre o estado do Pará e os shoppings, mas até o momento da publicação desta reportagem, não se manifestaram.

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