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Eclusas de Tucuruí operam em capacidade máxima e inauguram novo corredor logístico entre Centro-Oeste e o Norte do Brasil

Com comboio fluvial equivalente a 150 caminhões, operação histórica da Unitapajós marca avanço estratégico na hidrovia Tocantins-Araguaia, reforçando escoamento de grãos pelo Porto de Vila do Conde

Uma operação de grande porte realizada pela Unitapajós, joint venture entre as gigantes do agronegócio Amaggi e Bunge, marcou um novo capítulo na história da logística brasileira. No último dia 22, a empresa promoveu a travessia de um comboio formado por seis balsas carregadas através das eclusas da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. A transposição foi viabilizada pelas condições favoráveis de cheia do Rio Tocantins e utilizou, pela primeira vez em operação plena, toda a capacidade do complexo hidráulico.

O comboio, equivalente a cerca de 150 caminhões do tipo bitrem, percorreu a hidrovia Tocantins-Araguaia até o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, consolidando a funcionalidade de um novo corredor logístico que conecta diretamente o Centro-Oeste brasileiro às rotas internacionais de exportação via o Norte do país. Trata-se de um marco para o escoamento da produção agrícola, especialmente de grãos, fortalecendo o Arco Norte como alternativa estratégica ao tradicional eixo Sul-Sudeste.

Foto: DNIT

A operação foi possível graças à plena funcionalidade do Sistema de Transposição de Desnível da UHE Tucuruí, que desde dezembro de 2023 conta com Licença de Operação definitiva emitida pelos órgãos ambientais. Sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o sistema é formado por duas eclusas e um canal intermediário de 5,5 quilômetros. Cada eclusa mede 210 metros de comprimento, 33 metros de largura e possui 5 metros de calado, atuando como verdadeiros elevadores aquáticos para vencer o desnível de 72 metros do rio Tocantins.

A partir de agora, a hidrovia se posiciona como uma alternativa concreta e sustentável para o transporte de grandes volumes de carga, principalmente em um país continental como o Brasil. O impacto direto é sentido não só no alívio das rodovias paraenses, que sofrem com o tráfego pesado de caminhões, mas também na redução de acidentes, custos logísticos e emissões de gases poluentes, já que o transporte fluvial consome menos combustível e possui menor impacto ambiental.

Além disso, o projeto tem efeitos econômicos de longo alcance. A navegação regular pelo Tocantins impulsiona o desenvolvimento das regiões produtoras, amplia a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional e consolida Barcarena como um polo logístico fundamental. O Porto de Vila do Conde, que já é um dos principais do Norte do país, passa a contar com maior fluxo de cargas de exportação vindas principalmente do Mato Grosso, através da hidrovia.

A Unitapajós, criada em 2013 para integrar os elos da logística agrícola no corredor Norte, tem atuado de maneira estratégica nas cidades de Itaituba e Barcarena, operando estações de transbordo, terminais portuários e um sistema robusto de navegação fluvial. Em 2016, a empresa deu um salto operacional ao incorporar a Estação de Transbordo de Miritituba e o Terminal Portuário de Barcarena às suas atividades.

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