Prefeitura de Belém admite que ônibus elétricos comprados por Edmilson Rodrigues não servem para o BRT

A Prefeitura de Belém reconheceu que os cinco ônibus elétricos adquiridos na gestão do prefeito Edmilson Rodrigues não são adequados para operação no sistema BRT. Apesar de terem sido utilizados na via exclusiva do transporte rápido, os veículos não possuem portas compatíveis com as plataformas elevadas das estações, o que inviabiliza seu uso na estrutura atual.

O secretário de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade, Luciano de Oliveira, afirmou que a prefeitura estuda uma nova destinação para os ônibus elétricos e a readequação da Estação BRT Mangueirão, que apresenta problemas estruturais. “Os cinco ônibus elétricos adquiridos não são compatíveis com a canaleta do BRT, mas sim para circulação em vias normais. Nossa análise busca definir o uso adequado desses veículos, considerando suas especificações técnicas, algo que não vinha sendo feito”, explicou.

A ausência de portas elevadas para embarque e desembarque impossibilita a operação dos ônibus elétricos nas estações do BRT, especialmente nas avenidas Augusto Montenegro e Almirante Barroso, onde o sistema foi implantado.

Novos itinerários em estudo

Diante da incompatibilidade com o BRT, a Secretaria de Mobilidade analisa novas rotas para os ônibus elétricos. O objetivo é otimizar sua autonomia e evitar recargas durante o dia. Um dos trajetos cogitados é a ligação entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o bairro São Brás, além de outras rotas curtas que possam atender a população de forma eficiente.

“Estamos analisando rotas que melhor aproveitem a autonomia dos ônibus sem necessidade de recarga durante o dia. Entre as opções, temos o itinerário UFPA-São Brás, que pode permitir um uso mais eficiente desses veículos”, afirmou Isaías Reis, diretor de Transporte da Segbel.

A prefeitura pretende integrar os ônibus elétricos ao transporte convencional, garantindo maior conforto e sustentabilidade sem comprometer a operação do BRT. Além disso, está em análise a revitalização da Estação Mangueirão, que pode ser reformada para receber os veículos elétricos em um novo modelo de transporte.

Relembre a polêmica

A compra dos ônibus elétricos gerou questionamentos desde o início. Em julho de 2024, o site Parawebnews alertou que os veículos não eram adaptados ao BRT, pois não possuíam portas no lado esquerdo nem suspensão ajustável para as plataformas elevadas. A falta de planejamento na licitação e a destinação dos veículos para um trecho com baixa demanda levantaram dúvidas sobre a real eficiência do investimento.

Agora, com o reconhecimento da inadequação dos ônibus ao sistema BRT, a gestão municipal busca soluções para realocar os veículos e minimizar os impactos da escolha inicial.