Nesta terça-feira (02), a Prefeitura de Belém apresentou cinco dos 30 ônibus elétricos que irão compor a frota própria para transporte urbano. A apresentação inicial incluiu apenas uma pequena parte dos 213 novos ônibus, dos quais 30 serão elétricos. Esses veículos estão equipados com sistema de climatização, recursos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida e carregadores de celular.
Apesar dessas melhorias, surgiram preocupações quanto à compatibilidade dos novos ônibus com o sistema BRT (Bus Rapid Transit) de Belém. Identificados como troncais, os veículos tecnicamente deveriam operar nas faixas exclusivas do BRT, mas possuem características inadequadas para isso. A prefeitura informou que a frota deve começar a funcionar de forma experimental em agosto, com a primeira linha ligando a Estação Mangueirão, na Avenida Augusto Montenegro, à Estação São Brás.
Analisando os ônibus apresentados, verificou-se a ausência de catracas para cobradores(índicio que serão troncais), além da falta de portas do lado esquerdo e de suspensão adequada para alinhar com as estações do BRT ao longo das avenidas Augusto Montenegro e Almirante Barroso. Esses ônibus irão operar como “expresso” entre o terminal do Mangueirão e a estação de São Brás, os únicos locais com pisos rebaixados para facilitar o embarque e desembarque de passageiros.
Devido à falta de altura adequada e de portas no lado esquerdo, os novos ônibus não poderão ser utilizados nas estações do Tapanã e da Maracacuera, áreas com alta demanda de passageiros para o centro de Belém. Além disso, o terminal do Mangueirão é subutilizado, operando abaixo da capacidade projetada, com poucas linhas alimentando a estrutura.
A estratégia da prefeitura para alocar 30 ônibus elétricos em um trecho relativamente pequeno e com baixa demanda de passageiros ainda não está clara. A introdução desses veículos no sistema BRT sem as adaptações necessárias levanta dúvidas sobre a falta de clareza na definição das características desses veículos no processo de licitação deixando a população incerta sobre os benefícios reais dessa nova frota.