“Essa cúpula que está sendo organizada em Belém é contra o Brasil”, afirma Aldo Rebelo
Ex-presidente da Câmara critica a COP30 e a atuação das ONGs na Amazônia em audiência pública sobre soberania nacional.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, afirmou que a cúpula COP30, prevista para ocorrer em Belém, é prejudicial ao Brasil. A declaração foi feita durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), realizada na terça-feira (2), que discutiu a soberania brasileira na Amazônia. Rebelo destacou que a conferência tem o intuito de colocar o Brasil “no banco dos réus” e alertou que “a nossa diplomacia não pode se comportar como malandro em delegacia”.
Deputado por seis mandatos e ex-ministro da Defesa, Ciência e Tecnologia, Esporte e Relações Institucionais, Rebelo criticou a influência de celebridades de Hollywood na Amazônia, afirmando que elas têm mais poder que o próprio Estado brasileiro. Ele classificou a atuação do governo brasileiro em fóruns internacionais como um “fiasco”.
Rebelo, autor do livro “Amazônia: a Maldição de Tordesilhas”, revelou que os piores indicadores sociais do Brasil estão na Amazônia, onde escolas carecem de água e energia elétrica, enquanto os líderes de ONGs vivem em Paris e Londres. Ele acusou as ONGs de perseguirem atividades econômicas tradicionais, como a criação de gado e a agricultura, o que, segundo ele, fortalece o narcotráfico e a prostituição, inclusive infantil. “Onde não tem atividade econômica, o que prospera é o crime”, afirmou.
Rebelo defendeu a soberania brasileira sobre a Amazônia e o direito ao desenvolvimento, enfatizando a necessidade de proteger as populações indígenas e o meio ambiente, mas criticando a postura das ONGs que, segundo ele, impedem o acesso dos indígenas a serviços básicos como água, luz e educação.
Preocupações Internacionais
Rebelo destacou que o temor internacional não está nos defeitos do Brasil, mas em suas virtudes e riquezas naturais, como a Amazônia, a maior reserva de biodiversidade e de água doce do mundo. Ele lamentou que, apesar das enormes reservas de potássio na região, o Brasil ainda importe 95% do potássio que necessita, incluindo de áreas indígenas no Canadá. Segundo ele, um investimento em concessões de mineração poderia transformar economicamente o país.
O deputado Alfredo Gaspar (UNIÃO-AL), autor do requerimento que originou a audiência pública, elogiou as revelações feitas por Rebelo, classificando a sessão como uma “verdadeira aula de Brasil” e destacando o papel das ONGs em impedir o desenvolvimento nacional.