
Em 9 de maio de 1947, uma forte explosão mudou para sempre a paisagem de Belém. A Ilha da Fortaleza da Barra, localizada em frente a Val-de-Cães, simplesmente desapareceu após um provável curto-circuito provocar a detonação de um grande estoque de armas e materiais inflamáveis armazenados no local. O desastre resultou em três mortes e apagou do mapa uma memória de mais de 300 anos.
Uma fortaleza histórica
A Fortaleza da Barra foi construída em 1685 sobre os restos de uma estrutura militar mais antiga, iniciada em 1615 por Francisco Caldeira Castelo Branco, fundador de Belém. Sua posição estratégica fazia dela a primeira linha de defesa contra invasores antes que chegassem ao Forte do Presépio, no centro da cidade.
Com estrutura circular, a fortaleza foi essencial para a segurança da região durante mais de dois séculos. Durante a Cabanagem, no século XIX, chegou a servir de prisão, e um de seus detentos, Félix Malcher, foi libertado para se tornar presidente da então Província do Grão-Pará.
O fim trágico da Fortaleza da Barra
No século XX, a fortaleza foi transformada em um paiol para armazenamento de munições e explosivos. O local, porém, não resistiu ao acidente de 1947. A enorme explosão foi tão intensa que destruiu não apenas a construção, mas toda a ilhota onde ficava.
A tragédia fez com que um importante marco histórico da cidade se perdesse para sempre. Hoje, restam apenas poucas fotos e relatos sobre a Fortaleza da Barra, um símbolo de defesa que, ironicamente, foi destruído pelas mesmas armas que deveria proteger.