ESPORTEOPINIÃO

Helder Barbalho manda Banpará dar dinheiro público a Remo e Paysandu

Por Bernardino Greco

Na quinta-feira, 1º de outubro, foi publicada uma notícia no portal “Globo Esporte” (https://globoesporte.globo.com/pa/futebol/noticia/remo-e-paysandu-negociam-patrocinio-que-pode-envolver-naming-rigths-dos-estadios.ghtml) sobre a possibilidade dos estádios Baenão (do Clube do Remo) e Curuzu (do Paysandu) terem seus nomes mudados, em troca de um contrato por dois anos que assegurará a transferência de, pelo menos, R$ 1 milhão a cada clube. Quem investiria essa bolada? O Banco do Estado do Pará (Banpará).

A ideia teria partido John Wayne – não o ator americano, mas o vereador de Belém pelo PMDB). Como destaca a notícia, Wayne é remista e procurou o governador Helder Barbalho para ajudar, com dinheiro público, na instalação da iluminação do Baenão. O governador teria gostado da ideia, mas ponderou que também teria que ajudar o Paysandu.

Assim entrou o Banpará na conversa e surgiu a ideia da cessão dos direitos de nome (naming rights) dos estádios de Remo e Paysandu para o banco estadual.

Dinheiro público – A notícia é um exemplo didático de como o dinheiro público é gerido de forma diferente do privado e de como empresas sob o domínio estatal – é o caso do Banpará – tem seus investimentos direcionados aos interesses do governante do momento.

Se o investimento não der retorno, o banco terá prejuízo. Ocorre que o banco utiliza dinheiro dos correntistas que, terão seus recursos utilizados para bancar Remo e Paysandu, em detrimento de investimentos possivelmente mais rentáveis.

E se der errado, há o estado do Pará para colocar dinheiro no banco. Mas se o dinheiro do estado é o dinheiro do contribuinte, podemos concluir que a conta será sempre suportada pelo pagador de impostos.

Se o investimento é interessante, por que empresas privadas não se interessam? Por que procurar o governador do Estado?

Nada contra Remo e Paysandu ou seus presidentes (aliás, sou azulino e amigo do atual presidente do Paysandu). Os dirigentes estão fazendo a sua parte (agindo por seus clubes).

Já o vereador John Wayne e o governador Helder Barbalho dão mais um péssimo exemplo ao defenderem iniciativas absolutamente irresponsáveis por puro populismo. É o dinheiro público sendo (mal) empregado com critérios políticos.

Bernardino Greco é advogado, fundador e vice-presidente do Instituto Liberal do Pará. Veja mais em: https://linktr.ee/bernardinogreco

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