A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma queda acentuada nos últimos dois meses, de 35% para 24%, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). Esse é o índice de aprovação mais baixo registrado pelo instituto em todos os seus três mandatos, superando até mesmo os momentos mais críticos de sua trajetória política, como durante o escândalo do mensalão.
A queda de 11 pontos percentuais, em apenas dois meses, marca um novo recorde de desgaste para o petista, gerando um cenário de desaprovação mais acentuado do que o enfrentado em momentos históricos conturbados de seu governo. A diminuição de sua popularidade é especialmente perceptível entre os brasileiros de menor renda, com destaque para a faixa de pessoas que recebem até dois salários mínimos.
A pesquisa foi realizada no contexto de uma série de crises, incluindo os problemas com o sistema Pix e o aumento contínuo no preço dos alimentos, que têm impactado diretamente o bolso do consumidor e abalado a confiança da população.
Especialistas e analistas políticos apontam que, para reverter esse quadro, uma mudança na comunicação do governo, como se esperava no fim do ano passado, não será suficiente. A necessidade de ações mais concretas e de um novo rumo nas políticas públicas surge como fundamental para tentar recuperar a confiança popular.
O resultado da pesquisa também tem gerado repercussões no cenário político. Deputados de oposição têm utilizado os números como argumento para reforçar o pedido de impeachment contra o presidente, além de dar força à proposta de anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que seguem sendo alvo de investigações e disputas políticas.
Em meio a esse cenário, a pressão sobre o governo de Lula só tende a aumentar, exigindo respostas urgentes diante de um desgaste crescente.
