A guerra da fumaça: A polêmica sobre a origem da fumaça em Manaus
Governo do Amazonas responsabiliza as queimadas no Pará pela fumaça. Prefeitura de Manaus diz que a fumaça tem origens em incêndios florestais do interior do estado e cobra o Governador
A capital do Amazonas enfrenta uma crise na qualidade do ar, com uma densa nuvem de fumaça cobrindo a cidade. A busca por culpados desencadeou uma disputa de acusações entre o governo do Amazonas e a prefeitura de Manaus, bem como uma antiga rivalidade com o estado do Pará. Mas afinal, de quem é a culpa?
A reportagem da rede Amazônica exibida no Jornal Nacional destacou que a fumaça que obscurece o céu da cidade poderia ter sua origem em queimadas no estado do Pará. No entanto, a secretaria municipal de meio ambiente do Pará afirmou que “desconhece que a fumaça do Pará esteja indo para o estado do Amazonas”.
Governo e Prefeitura:
A disputa entre governo e prefeitura não demorou a se desenrolar. O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que a fumaça provém das queimadas no estado vizinho, o Pará. Enquanto um colunista do Portal Holanda destacou que essa é uma antiga tendência de culpar os paraenses pelos problemas do Amazonas, o prefeito de Manaus, David Almeida, desmentiu o governador e culpou os incêndios florestais no interior do próprio estado.
Imagens de Satélites:
Neste domingo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou imagens de satélite que monitoram os focos de incêndio na Amazônia. De acordo com o Inpe, entre 26 de outubro e 3 de novembro, houve 5.305 focos de incêndio no estado do Pará e 149 focos na Região Metropolitana de Manaus durante o mesmo período.
Imagens do satélite GOES-16, fornecidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), mostram que o fluxo de ventos tem transportado partículas em suspensão para a Região Metropolitana de Manaus. No entanto, essas partículas têm dificuldade em se dissipar devido à falta de chuvas e ao calor intenso, agravados pelo El Niño severo deste ano.
Bioma:
À medida que as acusações se multiplicam, a população de Manaus, no Amazonas, e Santarém, no Pará, enfrenta uma grave crise na qualidade do ar, que representa sérios riscos para a saúde. As autoridades envolvidas, movidas por conveniências políticas, parecem ignorar o fato de que a Amazônia é um ecossistema único, onde o que ocorre em uma região afeta profundamente a fauna, a flora e a vida dos seus habitantes.
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