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Vereadora Silvia Letícia denuncia maquiagem nos números do IDEB do Pará

Parlamentar acusa governo estadual de inflar números com aprovação automática e preparação direcionada para provas

A vereadora de Belém e professora Silvia Letícia, conhecida por sua atuação como coordenadora licenciada do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará), denunciou o que considera uma maquiagem nos números do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Pará. Segundo ela, os dados recentemente divulgados pelo governo do estado não refletem a realidade das escolas públicas paraenses e foram inflados através de estratégias que comprometem a qualidade do ensino. As informações são do Portal Ver-o-Fato.

Silvia Letícia criticou a elevação do Pará da 26ª para a 6ª posição no IDEB, alegando que o resultado foi manipulado pela adoção da aprovação automática dos alunos, prática que teria sido implementada pelo governador Helder Barbalho e pelo secretário de Educação, Rosselle Soares. De acordo com a vereadora, essa aprovação automática desconsidera fatores essenciais para o desempenho acadêmico, como frequência, assiduidade e o real aprendizado dos alunos, baseando-se apenas na matrícula.

“A aprovação automática significa que o aluno é promovido de um ano para outro independentemente de seu desempenho nas avaliações ou de sua participação nas aulas. Isso resulta em uma elevação artificial dos índices de aprovação, um dos critérios para o cálculo do IDEB,” explicou Silvia Letícia. Ela também destacou que a preparação dos estudantes para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tem sido priorizada, muitas vezes em detrimento do conteúdo pedagógico regular, visando apenas melhorar os resultados nas provas.

Outro ponto de preocupação levantado pela vereadora é o programa de reforço escolar criado pelo governo estadual, que, segundo ela, tem como objetivo principal preparar os alunos para as provas do Saeb, em vez de promover um aprendizado significativo. Silvia Letícia também criticou a política de incentivos financeiros, como o oferecimento de bônus e benefícios, para os alunos que obtêm boas notas nessas avaliações, apontando que isso desvirtua o foco do ensino.

A vereadora ainda alertou para as consequências dessa política para os professores, que, além de sobrecarregados, veem seu trabalho desqualificado por um sistema que prioriza resultados de provas em vez de uma educação integral e de qualidade. Ela mencionou também as recentes medidas do governo que retiraram aulas suplementares de professores, especialmente daqueles readaptados ou que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA), além da ameaça de perda dessas aulas para docentes próximos da aposentadoria.

Silvia Letícia concluiu sua denúncia chamando atenção para os impactos negativos que essas práticas podem ter na qualidade da educação pública no Pará. “Estamos vendo uma propaganda enganosa do governo do Estado, que mascara os verdadeiros problemas enfrentados nas escolas públicas. A aprovação automática e a priorização das provas não resolvem as questões estruturais da nossa educação,” afirmou a parlamentar.

A resposta oficial do governo estadual ainda não foi divulgada.

Com informações VER-O-FATO

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