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Varíola dos Macacos: saiba as causas, formas de transmissão e tratamento da Mpox no Pará

Secretaria de Saúde Pública do Pará monitora avanço da doença, enquanto caso de cantor paraense gera atenção sobre a varíola dos macacos

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) confirmou 19 casos de varíola dos macacos (Mpox) até 23 de abril de 2025. A pasta também informou que duas mortes ocorridas este ano seguem em análise para verificação da relação com a doença.

A confirmação da morte do cantor paraense Gutto Xibatada, atribuída a complicações relacionadas à Mpox, chamou atenção para o avanço da doença no estado. Segundo informações da família, o artista, que completaria 40 anos, foi internado no Centro de Terapia Intensiva do Pronto Socorro Mário Pinotti em Belém e faleceu em 22 de abril.

Dos casos confirmados, 14 foram registrados em Belém, três em Ananindeua, um em Marituba e um foi importado de outro estado. De acordo com a Sespa, todos os óbitos em investigação envolvem pacientes com diagnóstico de Mpox e comorbidades.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) comunicou que o caso ainda está sob apuração, pois o paciente apresentava doenças pré-existentes. Familiares relataram que os primeiros sintomas surgiram em março de 2025, após viagens ao Rio de Janeiro e à Bahia. O cantor permaneceu em isolamento domiciliar, período em que apresentou febre e convulsões.

A transmissão do vírus ocorre por contato direto com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O contágio entre pessoas acontece principalmente em situações de contato físico próximo com casos sintomáticos.

Vírus e transmissão

O vírus monkeypox pertence ao gênero Orthopoxvirus da família Poxviridae e é classificado como uma zoonose viral. O período de incubação varia de cinco a 21 dias, com média de seis a 13 dias, conforme informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Embora a infecção seja transmitida principalmente entre humanos por contato direto, várias espécies animais são suscetíveis ao vírus. A OMS alerta que o consumo de carne ou produtos de origem animal mal cozidos pode representar um risco adicional.

Sintomas e critérios de diagnóstico

A OMS orienta que sejam considerados casos suspeitos de Mpox indivíduos que apresentem lesões cutâneas agudas e inexplicáveis, especialmente se acompanhadas de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares, dores no corpo, dor nas costas e fraqueza intensa.

Casos prováveis incluem histórico recente de contato físico direto com pessoas infectadas, contato sexual ou exposição a materiais contaminados até 21 dias antes do início dos sintomas, além de viagens para regiões endêmicas.

A confirmação da doença é realizada por exame laboratorial, com detecção do vírus por PCR em tempo real ou sequenciamento genético.

Origem do vírus e características epidemiológicas

O vírus monkeypox foi inicialmente identificado em macacos de laboratório na Dinamarca, em 1958. O primeiro caso humano ocorreu em 1970, na República Democrática do Congo. Existem dois clados do vírus: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo, com taxas de mortalidade estimadas em 3,6% e 10,6%, respectivamente, de acordo com a OMS.

A varíola dos macacos é considerada endêmica em países como Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana, Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.

Tratamento e prevenção

O tratamento da Mpox é ofertado conforme a gravidade de cada caso. Embora a maioria das infecções seja autolimitada, podendo evoluir para cura espontânea, pacientes imunossuprimidos, gestantes e crianças exigem monitoramento especial.

Medidas de prevenção recomendadas incluem evitar contato físico com pessoas sintomáticas, higienizar objetos pessoais e ambientes, utilizar equipamentos de proteção individual em ambientes de risco e garantir a adequada cocção de alimentos de origem animal. Veja como prevenir!

  • Evitar contato próximo com pessoas que apresentem lesões de pele suspeitas (pústulas, bolhas) ou outros sintomas da doença.
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal (roupas, toalhas, lençóis, utensílios) com pessoas infectadas ou suspeitas.
  • Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool 70%.
  • Utilizar equipamentos de proteção (como máscaras) em ambientes onde haja risco de transmissão.
  • Cozinhar completamente carnes e produtos de origem animal, evitando ingestão de alimentos mal passados.
  • Isolamento de casos confirmados até a completa cicatrização das lesões.
  • Uso de preservativos durante relações sexuais, considerando o potencial de transmissão pelo contato íntimo.
  • Manter ambientes ventilados e evitar aglomerações em locais fechados durante surtos.
  • Cuidado com animais silvestres: evitar contato com animais que possam ser reservatórios naturais do vírus, especialmente em áreas endêmicas.

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