Postes centenários são roubados da Praça Batista Campos, em Belém

Ninguém viu, ninguém vê. Não é o roteiro de nenhuma história de fantasia, mas tem sido o desenrolar de muitas histórias verídicas sobre dilapidação do patrimônio histórico de Belém.

Inclusive, já mostramos matérias de roubos de estátuas, monumentos e adornos levados na cara dura dos locais históricos da nossa cidade, sem que ninguém tenha visto, nem mesmo o poder público. Simplesmente as peças evaporaram, sem deixar nenhum rastro e por isso ficou.

Dessa vez, a vítima foi a famosa Praça Batista Campos, que teve dois postes centenários arrancados e levados por criminosos. Os dois equipamentos usados para carregar as famosas luminárias da praça foram feitos em ferro fundido e estão lá desde a inauguração do logradouro, em 1905, por o então intendente de Belém, Antônio Lemos.

A denúncia foi feita por Sebastião Piani Godinho, advogado, membro da Academia Paraense de Letras e reconhecido defensor do patrimônio histórico de Belém.

O advogado criticou o poder público municipal em sua ausência para combater furtos e roubos do patrimônio da cidade. “Há muito que elas se achavam sem as luminárias, o que de certa forma não deixa de ser demonstração de abandono do local que há muito tempo aguarda uma prometida intervenção que, infelizmente, até hoje não se concretizou. Doutra banda, a inércia e o despreparo da guarda municipal, criada com a finalidade de proteger os bens públicos municipais, fica mais uma vez patenteada neste revoltante evento que vem se somar a tantos outros de igual natureza”. lamenta Godinho.

Sebastião também criticou a impunidade para quem comete esses crimes contra a cidade de Belém. “A impunidade é um dos móveis poderosos das ações desses facínoras que vêm já há alguns anos deslustrando os espaços públicos, com a subtração de peças de arte, sem que nenhuma instituição efetivamente se levante de suas comodidades para por cobro a esses crimes recorrentes”, refletiu.