Pará e Maranhão lideram buscas por conteúdo adulto na internet
Uma pesquisa conduzida pelo ParaWebNews por meio da ferramenta Google Trends com termos como “sexo anal”,”sexo amador”, “sexo entre homens”, “XVideos” revelou que o Pará e Maranhão lideram as buscas relacionadas a conteúdo adulto no Google, com destaque para as cidades de Itaituba, Abaetetuba, Marituba e Ananindeua.
Segundo o levantamento do “Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação” (TIC), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aproximadamente 90,0% dos lares no Brasil possuem acesso à internet. Esse avanço na conectividade certamente proporcionou maior facilidade no acesso à informação mas também resultou em uma ampliação da busca por temas diversos, incluindo certamente o interesse em conteúdo adulto.
Nesse contexto, sem dúvida, a procura por conteúdo adulto e o consumo de pornografia se tornaram realidades comuns aos brasileiros, que buscam através dessa forma de entretenimento melhorar seu bem-estar e satisfação sexual.
Uma pesquisa realizada pelo ParaWebNews, neste último mês de julho, utilizando a ferramenta Google Trends, revelou informações surpreendentes acerca do interesse da população em relação a determinados temas de conteúdo adulto, especialmente no Pará e no Maranhão.
É importante destacar que o Google é, indiscutivelmente, o líder absoluto entre os buscadores dos brasileiros, sendo responsável por 98,88% das pesquisas realizadas.
Consumo de conteúdo adulto no Brasil
De acordo com a pesquisa realizada pelo Quantas Pesquisas a pedido do canal a cabo Sexy Hot no Brasil, cerca de 22 milhões de pessoas assumem consumir pornografia. Dessas pessoas, 76% são homens e 24% são mulheres. A maioria do público é jovem, com 58% tendo menos de 35 anos. Além disso, a pesquisa revelou que 49% pertencem à classe média alta (classe B) e 69% estão em um relacionamento sério, sendo casados ou namorando.
Outros dados interessantes são que 49% do público concluiu o ensino médio e 40% têm curso superior. Essas informações fornecem uma visão mais detalhada do perfil dos consumidores de pornografia no Brasil.
Vale ressaltar que essa pesquisa foi encomendada por um canal a cabo, cuja prioridade estava em identificar e compreender o perfil dos consumidores e possíveis consumidores de conteúdo adulto pago.
Pará, o campeão nas pesquisas sobre sexo na internet:
Surpreendentemente, o estado do Pará se destaca como o líder nacional nas pesquisas relacionadas à palavra “sexo” no buscador Google, ou seja, conteúdo adulto gratuito. Nos últimos 12 meses, os paraenses foram os brasileiros que mais utilizaram a web para obter informações sobre esse tema.
Ao realizar a busca pelo termo “sexo” no Google Trends, foi constatado que o estado do Pará ocupou a primeira posição no ranking das pesquisas no buscador. Além disso, estados como Sergipe, Maranhão e Amapá também demonstraram grande curiosidade sobre esse assunto.
Quando acrescentamos o termo “anal” o Pará perde a liderança mas continua como o segundo desta lista.
Fonte: https://trends.google.com.br/trends?geo=BR&hl=pt-PT
XVideos, o site de conteúdo adulto mais popular do Brasil:
Além de liderar as pesquisas sobre sexo, o estado do Pará também se destaca no uso de um site específico de conteúdo adulto: o XVideos. Para se ter uma noção da popularidade deste site, em 2022, ele conquistou nada mais, nada menos que a terceira posição entre os mais acessados no Brasil, superando até mesmo gigantes da internet, como o Globo.com, UOL.com e o Facebook.
Quando pesquisamos pelo termo, o Google Trends aponta que os paraenses têm uma verdadeira predileção pelo XVideos quando se trata de conteúdo adulto. O Estado do Amazonas vem logo atrás seguido pelo Maranhão.
Fonte: https://trends.google.com.br/trends?geo=BR&hl=pt-PT
Itaituba, o município mais curioso :
Dentre as sub-regiões do estado do Pará, destaca-se Itaituba, município localizado no sudoeste do estado. Essa região foi a que mais buscou pelo termo “XVideos” nos últimos 12 meses, evidenciando um interesse particular dos paraenses por esse tipo de conteúdo.
Fonte: https://trends.google.com.br/trends?geo=BR&hl=pt-PT
Maranhão em primeiro:
Quando pesquisamos outros termos relacionados a conteúdo adulto, como “pornografia”, “vídeo pornô” ou “transando” o estado do Maranhão assume a liderança no ranking, mas o Pará ainda continua figurando na lista dos cinco primeiros.
Especificamente em relação ao termo “hentai”, que se refere à pornografia em forma de anime ou desenho japonês, dois municípios do Pará, Abaetetuba e Altamira, estão entre as cinco primeiras sub-regiões que mais buscam por esse assunto.
Fonte: https://trends.google.com.br/trends?geo=BR&hl=pt-PT
Amador:
Em 2019, o PornHub, a segunda maior plataforma de distribuição de conteúdo pornográfico na internet, revelou que o termo mais buscado em seu site foi “amador”. Esse termo refere-se a vídeos caseiros de sexo envolvendo pessoas anônimas.
Ao pesquisarmos pelo termo no Google Trends, observamos que novamente o Maranhão assume a liderança, seguido pelo estado do Pará, em número de buscas.
No entanto, o termo “amador” pode adquirir significados específicos ao ser utilizado como busca em um site especializado; todavia, no Google, pode levar a diversos conteúdos que não possuem caráter necessariamente adulto.
Quando refinamos a pesquisa e procuramos por “sexo amador”, o estado do Pará retoma a liderança, com destaque para as cidades de Marituba e Ananindeua, que pertencem à Região Metropolitana de Belém. Estas cidades se sobressaem no número de buscas nessa categoria específica.
Sexo LGBT+ e conteúdo adulto:
Mas o consumo de conteúdo adulto abrange diversas orientações sexuais, e ao pesquisarmos termos como “sexo entre homens” ou “sexo gay”, o estado do Pará é constantemente classificado em segundo lugar no ranking de buscas. Isso mostra que o interesse em conteúdo adulto é diversificado, incluindo pessoas com diferentes preferências sexuais, todavia, as localidades continuam as mesmas.
Neste caso específico, o Amazonas, que sempre figurou entre os cinco primeiros colocados, acaba por conquistar a posição de liderança.
Quando pesquisado o termo “sexo entre mulheres”, o Pará ocupa o primeiro lugar, sendo relevante ressaltar que o termo pode também estar relacionado à fantasias heterossexuais masculinas.
Tempo de consumo de pornografia ( Pará e Maranhão ):
Conforme dados fornecidos em 2015 pelo PornHub, os paraenses são os que passam mais tempo visitando a página, aproximadamente 8 minutos e 44 segundos, superando a média dos brasileiros que é de 8 minutos e 3 segundos. Os maranhenses aparecem em segundo lugar com 8 minutos e 38 segundos. Os amazonenses logo em seguida com 8 minutos e 21 segundos.
Pornografia paga:
Quando o assunto é pornografia paga, o comportamento parece mudar. A produtora de filmes pornôs mais popular do Brasil, as Brasileirinhas, que já contou com nomes como Kid Bengala, Alexandre Frota, Rita Cadilac e Gretchen em seu portfólio, divulgou que entre seus assinantes, São Paulo lidera com 29,07%, seguido pelo Rio de Janeiro com 11,18% e Minas Gerais com 10,32%.
Tipos de consumidores:
O Diretor-geral da Playboy do Brasil, Maurício Paletta, em entrevista ao Mídia em Foco, traçou um perfil dos consumidores de pornografia no país. Paletta enumerou cinco grupos característicos dos consumidores de pornografia:
1) “Pornograficamente correto”: pessoas que usam a pornografia para apimentar suas relações;
2) “Narciso das telas”: é o “heavy user”, quem realmente gosta, entende e conhece até nome de atores, atrizes e diretores de filmes pornográficos;
3) “Fast porn”: consumidor imediato, quer o conteúdo à mão a qualquer momento, recebe o material no Whatsapp e se diverte com aquilo;
4) “Status porn”: é o entendido, mas no sentido mais exibicionista. Gosta de ter o conhecimento do filme para conversar com amigos e descontrair;
5) “Eventual”: não procura material pornográfico, mas usufrui eventualmente caso receba. Não chega a ter compromisso com a pornografia, mas não a odeia.
Fonte: https://tvbrasil.ebc.com.br/midiaemfoco
Riscos do consumo excessivo de pornografia:
A análise dos grupos de consumidores de pornografia sugere que esse comportamento pode transcender de um nível saudável e recreativo para se assemelhar a um problema de saúde pública, comparável ao consumo de drogas.
Não à-toa psicólogos alertam que uso abusivo de pornografia pode acarretar desde problemas fisiológicos, como disfunção erétil, ejaculação precoce e ejaculação retardada durante as relações sexuais, até dificuldades nos relacionamentos afetivos.
Pornografia tem efeito cerebral semelhante à droga, foi a conclusão a que chegaram os pesquisadores da Universidade de Cambridge. Pessoas viciadas em sexo têm reações cerebrais similares ao assistir pornografia, comparadas aos toxicodependentes usando drogas.
Fonte: https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/saude/consumo-excessivo-pornografia/
Senado:
O tema é tão grave que, a pedido do senador Eduardo Girão (Novo-CE), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal se reuniu no último dia 13 deste mês para debater sobre o “aumento do vício em pornografia e suas consequências sociais”.
Com base em pesquisas científicas, o senador sugere que o vício em pornografia pode acarretar efeitos prejudiciais, incluindo mudanças no cérebro, aumento da ansiedade e depressão, redução da satisfação sexual e da intimidade nos relacionamentos, e até mesmo o aumento da predisposição a comportamentos sexuais de risco.
“O vício em pornografia pode ser descrito como uma busca obsessiva pelo prazer sexual através da visualização de material pornográfico e/ou masturbação. Esse consumo excessivo gera uma crescente preocupação com os efeitos negativos na saúde mental, bem-estar e relacionamentos dos indivíduos. Estudos mostram cada vez mais claramente que o conteúdo consumido online tem o potencial de afetar as pessoas, tanto positivamente quanto negativamente.”
Desocupação e pornografia (Pará, Maranhão e Amazonas)
Tanto o Pará quanto o Maranhão e Amazonas parecem estar competindo também em outra categoria: a do número de pessoas que não conseguiram entrar no mercado de trabalho e estão trabalhando informalmente.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da PNAD, a informalidade atinge 39% dos trabalhadores no Brasil. Os maiores percentuais foram registrados no Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).
Embora não haja estudos conclusivos que relacionem diretamente a desocupação ao consumo de pornografia e conteúdo adulto, pode-se considerar que o tempo ocioso acaba sendo preenchido de alguma forma, seja nas ruas ou navegando por redes sociais ou sites.
Além disso, é inegável que somos constantemente expostos a imagens e vídeos de conteúdo sensual, adulto ou pornográfico por meio das redes sociais e internet. Um estudo preocupante realizado pela Universidade de Plymouth, no Reino Unido, alertou que atualmente crianças estão se viciando em pornografia na Internet desde cedo.
Diante dessa realidade, é necessário discutirmos tanto a questão da sexualização precoce causada pelas horas gastas na internet quanto a implementação de políticas públicas voltadas para o emprego e renda, que proporcionem oportunidades de trabalho, bem-estar e satisfação pessoal, especialmente nas regiões mais carentes do país. Caso contrário, podemos acabar presenciando um cenário deprimente e caótico onde as pessoas ficam satisfeitas apenas com o “pão e circo”, sendo o circo, neste caso, o consumo indiscriminado e abusivo de pornografia.
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/05/18/pnad-trimestre.htm
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