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O paraense é o brasileiro que menos vai ao médico

Por Lúcio Flávio Pinto

O paraense é o brasileiro que menos vai ao médico. Apenas 64,4% da população do Estado foram a uma consulta médica no ano passado. A média na região Norte foi de 68%, enquanto a nacional chegou a 76,2%.

Dentista – Nominalmente, é um pouco menos ruim a posição do paraense em relação à cadeira do dentista. O Estado subiu um patamar na escadaria do atendimento odontológico, superando (com 35,5% de comparecimento) o Maranhão (com 34,6%). Mas proporcionalmente a situação é mais dramática porque a média no Norte é de 40,8% e no país é de 49,4%.

Ainda pior é quando se mede o tratamento de saúde pela faixa de rendas no Pará, segundo dados extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde, que o IBGE divulgou na sexta-feira, 4.

Renda – Entre os que ganham até um quarto do salário mínimo (o mesmo valor do novo auxílio emergencial do combate à Covid-19, de R$ 300 reais), é de 55,8% o comparecimento para consulta médica. Já na faixa de quem ganha acima de cinco salários mínimos, o índice sobe para 88,1%, superando até a média geral nacional, que é de 76,2%.

Os números se agravam quando a questão é a ida ao dentista. Dos que ganham até um quarto do salário mínimo (SM), só 23,3% trataram dos dentes no ano passado. A partir de cinco SM, 67,79%, bem acima da média brasileira.

A questão provocada por esses números leva à quadratura do círculo. O paraense não consegue se antecipar à instalação de doenças no seu organismo e à perda dos dentes porque não tem dinheiro para ir a consultas, apesar do SUS.

Sem dinheiro, mora mal, se alimenta mal, tem saúde precária e morre mais cedo do que devia, considerados os avanços da ciência e da tecnologia.

É assim desde o início, apesar da retórica e dos desejos em sentido contrário. Por isso nunca deixou e ser o país do futuro – que não chega para a esmagadora maioria da sua população. Seria a vez de o Pará tentar encontrar o seu lugar, melhor do que o atual.

Mas o trem está passando e levando a sua riqueza e as possibilidades do seu uso para proporcionar o progresso aos seus filhos. Para quem vê o trem de Carajás passar, a imagem não é simbólica. É dura como o minério de ferro que segue nos vagões.

Fonte: blog de Lúcio Flávio Pinto

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