Coluna

O aparelhamento parasita dos Barbalho no Pará

Segundo o dicionário Dicionário Houaiss “aparelhamento” significa a tomada de controle de órgãos ou setores da administração pública por representantes de grupo de interesses corporativos ou partidários, mediante a ocupação de postos estratégicos das organizações do Estado, de modo a colocá-las a serviço dos interesses desse grupo.

Fazendo uma comparação com o filme sul-coreano ganhador do Oscar 2020, “Parasita”, aparelhar significa colocar como motorista seu pai; como governanta sua mãe; como psicóloga infantil sua irmã, manipulando a todos de tal forma até que todas as decisões da casa sejam somente aquelas que lhe convém.

Dito isto, fica bem mais fácil compreender como Helder e o “barbalhismo“estão aparelhando as instituições do estado do Pará. 

Giussepp Mendes, titular da Auditoria Geral do Estado (AGE) – órgão de controle interno do governo estadual – amigo bem próximo Helder, não viu os coolers a dar com o pau saindo da SESPA, cheios de dinheiro, antes da chegada da Polícia Federal, assim que deflagrada a operação Para Bellum, que investiga a compra de 400 respiradores pulmonares destinados aos pacientes de Covid-19, com indícios de superfaturamento.

Nesta segunda, 22, o ex-aliado de Helder Barbalho, o deputado federal Eder Mauro gravou um vídeo em que denunciava perseguições da AGE que só passou a investigar a SEJUDH, secretaria que tinha como chefe seu filho, Rogério Barra, depois que o deputado rompeu com o Governo.

Antes disso, o jornalista Lúcio Flávio Pinto cansou de denunciar perseguições de Giussep, a quem apelidou de inquisidor do barbalhismo, aos adversários, como o ex secretário Paulo Chaves, a agência Griffo e ao próprio ex-governador Simão Jatene. Para o jornalista, se AGE tivesse a mesma “determinação” que tem contra Jatene, os próprios atos de Helder estariam sendo questionados e reprovados.

Já a Polícia Civil está sob o comando do delegado-geral Alberto Teixeira, ferrenho defensor de Helder Barbalho nas redes sociais, aquele da compra de álcool em gel por R$ 55,00 o litro. Teixeira além de colecionar inquéritos e escândalos do serviço público, é, nada mais nada menos, que cunhado do chefe da Casa Civil, Parsifal Pontes, que por sua vez é sogro do Ricardo Seffer da PGE. Entenderam né??!!!

Semelhante a Giusseppe, Teixeira ganhou fama por realizar buscas nas casas de blogueiros, jornalistas e internautas que criticam o governo Helder sob a narrativa de que criam e difundem fake news sobre o coronavírus.

Curioso é que recentemente, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do diploma do governador Helder Barbalho (MDB) e do vice Lúcio Valle (PL) por abuso do poder econômico e uso abusivo dos veículos do grupo Rede Brasil Amazônia (RBA) na campanha eleitoral de 2018. Entre outras acusações estava a de disseminação de fake news.

Como esquecer, por exemplo, da fake news sobre Gordo do Aurá?

Isso sem contar as inúmeras peças de difamação apócrifas que circulam pela internet, pagas por não sei quem, e blogs com fama duvidosa financiados pelo Governo do Estado. Por que a Polícia Civil não bate à porta deles?

Tá tudo aparelhado!!!

Assim como no filme “Parasita”, bastaria descermos aos porões para ver quem são os personagens da trama que move as engrenagens desse organismo parasita.

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