
O Mercado de São Brás, um dos mais importantes patrimônios históricos de Belém, está prestes a se consolidar como um novo centro cultural e gastronômico da cidade. Com a divulgação da lista dos primeiros permissionários, o espaço reformado contará com grandes nomes da gastronomia paraense, como Casa do Saulo, Sororoca (do chef Thiago Castanho), Seu Beja e Ver-o-Pesinho. A expectativa é que o complexo funcione plenamente a partir de abril, tornando-se um forte concorrente da Estação das Docas.
Diversidade gastronômica e novo conceito
A estrutura do mercado foi planejada para atender diferentes perfis de público. No térreo, estarão instalados alguns dos restaurantes mais aguardados, enquanto o mezanino e o mezanino superior receberão empreendimentos como o Boteco do Santa e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia.
Confira algumas das operações confirmadas:
Térreo:
- Seu Beja
- Ver-o-Pesinho
- Sororoca (Thiago Castanho)
- Casa do Saulo
Mezanino:
- Centro de Empreendedorismo da Amazônia
- Abrasel
- Chef Paulo Padaria Artesanal
- Moinho Central
Mezanino Superior:
- Boteco do Santa
Outras operações confirmadas:
- B&B (âncora)
- Destilaria AMZ (Cúpula Norte)
- Boteco do Camarão (Quiosque Norte)
- Box da Eliane, Celeste, Lá em Casa, Mel & Sal Gelateria, Amz Gin e Drinks, Chef Lucas Rodrigues, Ice Bode, Barbudo
Com essa diversidade, o Mercado de São Brás pode se tornar um dos principais pontos de encontro da COP 30 e rivalizar diretamente com a Estação das Docas.
Investimento milionário e atraso na entrega
O novo centro gastronômico recebeu um investimento total de R$ 150 milhões, sendo R$ 90 milhões do Governo Federal, por meio da Itaipu Binacional, e R$ 60 milhões da Prefeitura de Belém.
Inicialmente, a obra deveria ter sido entregue em setembro de 2024, mas apenas parte do espaço foi reaberta ao público na época. A estrutura completa foi inaugurada em dezembro do mesmo ano, e a ocupação total pelos permissionários deve ser concluída até março de 2025.
O Mercado de São Brás será administrado por 20 anos pela Organização Social Instituto Amazônia Azul. O presidente da entidade, Paulo Uchoa, destacou que o espaço foi pensado para garantir acessibilidade a diferentes públicos.
“Teremos espaços sofisticados, intermediários e populares, garantindo diversidade e inovação”, afirmou Uchoa. Segundo ele, a maioria dos locatários são empresários do Pará, selecionados com critérios que priorizam regionalidade e expertise.
Novo polo cultural e turístico
Além da gastronomia, o espaço contará com livrarias, exposições, galerias de arte, um centro de convenções e um restaurante panorâmico. O projeto, assinado pelo arquiteto Aurélio Meira, buscou inspiração em mercados internacionais, como o Mercado do Bolhão, em Portugal, e o Mercado Municipal de São Paulo.
“O objetivo foi trazer o melhor desses mercados para a realidade de Belém, respeitando a tradição do Mercado de São Brás”, explicou Uchoa.
Patrimônio histórico de 113 anos
O Mercado de São Brás foi projetado pelo arquiteto italiano Filinto Santoro e inaugurado em 1911, durante a época áurea da borracha. Com estilo arquitetônico que mescla art nouveau e neoclássico, o mercado se tornou um ponto de referência comercial e logística na capital paraense.
O historiador Marcos Valadares, mestre em História Social pela UFPA, destaca que a edificação sempre esteve ligada à expansão do comércio em Belém, funcionando como um ponto estratégico entre a cidade e o interior do estado.
Com a revitalização, o Mercado de São Brás se prepara para uma nova fase, resgatando sua importância cultural e se consolidando como um dos principais pontos de lazer, gastronomia e turismo na cidade.