CULINARIA PARAENSEPará

Lula promove “disputa”entre maniçobas do Pará e da Bahia

Durante evento na Bahia, presidente comparou a maniçoba paraense e a baiana após ter experimentado as duas versões em agendas recentes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma brincadeira durante a inauguração da primeira fábrica de automóveis elétricos de uma montadora chinesa em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, nesta quinta-feira (9). No evento, que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, Lula propôs uma disputa culinária entre Pará e Bahia para decidir qual estado prepara a melhor maniçoba.

Na semana anterior, o presidente esteve em Belém acompanhando as obras para a COP30 e experimentou a maniçoba paraense. Já na Bahia, provou a versão local do prato e lançou o desafio gastronômico: “Vamos ver quem faz a melhor maniçoba, a da Bahia ou a do Pará”.

Maniçoba do Pará: prato tradicional da Amazônia

A maniçoba é considerada um dos principais símbolos da culinária paraense. Feita a partir das folhas da mandioca brava, conhecidas como maniva, o preparo exige cozimento prolongado, que pode durar de cinco a sete dias, para eliminar substâncias tóxicas naturais da planta.

Depois do cozimento, a maniva se transforma em uma pasta escura à qual são adicionadas carnes salgadas e defumadas, como charque, paio, linguiça, toucinho e costelinha. O prato, popularmente chamado de “feijoada paraense”, é tradicionalmente servido com arroz branco e farinha.

A maniçoba é presença garantida nas comemorações do Círio de Nazaré, principal evento religioso do estado, e tem papel de destaque na identidade cultural da Amazônia.

Maniçoba da Bahia: herança afro-indígena

Na Bahia, a maniçoba também é feita com folhas de mandioca brava moídas e cozidas por vários dias, mas com temperos típicos da culinária local, como alho, cebola, pimenta, louro e, em algumas versões, azeite de dendê.

O prato recebe carnes salgadas e defumadas, como charque, linguiça, carne de porco, pé e orelha, e costuma ser servido com arroz, farofa, laranja e pimenta malagueta.

Além de sua importância gastronômica, a maniçoba baiana tem ligação com tradições afro-indígenas e é frequentemente servida em festas religiosas, especialmente nas casas de candomblé do Recôncavo Baiano.

A proposta de Lula, ao colocar Pará e Bahia em disputa, destacou não apenas as diferenças de preparo, mas também o valor cultural que a maniçoba representa nas duas regiões.

Conteúdo relacionado:

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar