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Laudo aponta que baixos níveis de oxigênio causaram mortandade de peixes no Pará

Evento climático extremo e seca prolongada são as principais causas da tragédia ambiental que afeta comunidades na várzea do rio Amazonas

A mortandade de peixes sem precedentes na região de várzea do rio Amazonas, no oeste do Pará, foi causada por níveis extremamente baixos de oxigênio dissolvido na água. A conclusão foi divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Governo do Pará, nesta sexta-feira (29), após inspeção no local.

Segundo o laudo técnico, os corpos d’água apresentaram condições hipóxicas ou anóxicas, com oxigênio dissolvido na ordem de apenas 0,15 mg/l — muito abaixo do mínimo ideal de 5 mg/l. A seca prolongada, o aumento da temperatura da água, a decomposição de matéria orgânica e a menor circulação de água contribuíram para o colapso ambiental.

Comunidades devastadas

A tragédia afeta diretamente cerca de 500 famílias de sete comunidades, como a do igarapé do Costa, na várzea de Santarém. A mortandade começou em 11 de novembro, inicialmente atingindo peixes mais frágeis, como pescadas e bacuzinhos. Dias depois, animais mais resistentes, como pirarucus e quelônios, também sucumbiram.

Integrantes das comunidades locais tentaram salvar quelônios e outros animais, transferindo-os para poças de água com melhores condições. Porém, o cenário continua crítico: corpos d’água como os igarapés do Costa e do Pitomba e o canal de Aramanaí secaram quase completamente, restando apenas filetes de água.

Impactos ambientais e medidas emergenciais

Além dos peixes, a mortandade alcançou jacarés, tartarugas e arraias, gerando um cenário de decomposição que resultou em mau cheiro, proliferação de moscas e contaminação da água. A presença de queimadas na região, associada à fumaça e ao calor intenso, agrava ainda mais a situação.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciou que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviará um navio de pesquisa para coletar dados biológicos e monitorar a situação.

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