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Javier Milei derruba peronismo e é eleito presidente da Argentina

Neste domingo, 19, Javier Milei, candidato de direita da coalizão La Libertad Avanza, venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, derrotando o representante peronista Sergio Massa (Unión por la Patria). Com 99,28% das urnas apuradas, Milei conquistou 55,69% dos votos válidos, contra 44,30% do atual ministro da economia argentino.

A posse de Milei está prevista para o dia 10 de dezembro, sucedendo o atual presidente Alberto Fernández. Sergio Massa reconheceu a derrota e parabenizou Milei antes mesmo da divulgação oficial dos resultados.

Quem é Javier Milei?

Há dois anos, Javier Milei, economista de 53 anos, não era uma figura política proeminente na Argentina. Nascido em Buenos Aires, filho de uma dona de casa e de um motorista de ônibus que se tornou empresário, Milei é formado pela Universidade de Belgrano e trabalhou em consultorias, incluindo a de Miguel Broda, e como economista sênior do HSBC na Argentina. Ele também atuou como assessor econômico do militar e ex-deputado Antonio Domingo Bussi.

Milei é reconhecido como discípulo da Escola Austríaca, uma linha do liberalismo econômico, e autor de oito livros. Em 2021, ganhou destaque na política argentina após sua coalizão conquistar cinco cadeiras na Câmara nas eleições legislativas. Sua popularidade cresceu com participações em programas de TV e rádio, destacando-se por críticas contundentes ao sistema político tradicional.

Ele se autodenomina “anarcocapitalista” e “libertário”, representando os argentinos insatisfeitos com a instabilidade econômica no país, marcada por uma inflação anual de 142,7%, juros de 133% ao ano e quase metade da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

Principais Propostas de Milei:

  1. Economia: Fechar o Banco Central e dolarizar a economia argentina. Estimular a concorrência monetária e implementar um plano econômico que permita um forte corte nos gastos públicos.
  2. Segurança: Reformular a legislação penitenciária, despolitizar as Forças Armadas, construir mais prisões em parceria com empresas privadas, desregulamentar o mercado de armas e permitir o porte pessoal. Criar uma base nacional de dados ligada a câmeras de segurança com identificação facial.
  3. Educação: Estabelecer um sistema de voucher para universidades, extinguir o Ministério da Educação, aumentar a competitividade no mercado universitário e reformar o sistema curricular com base nas necessidades profissionais do país.
  4. Trabalho: Implementar uma nova legislação trabalhista, acabando com as indenizações por demissão sem justa causa, estabelecer um sistema de seguro-desemprego, reduzir os impostos pagos por empregadores e diminuir os impostos sobre os salários dos trabalhadores.

Milei, ao longo da campanha, cortou relações propostas com o Brasil e a China, enfatizando alianças com os Estados Unidos, Israel e “o mundo livre”. A vitória de Milei representa uma derrota significativa para o peronismo na Argentina, interrompendo o ciclo de poder do movimento político no país. Sua relação com o Brasil e outros países sul-americanos será crucial para a dinâmica regional nos próximos anos.

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