O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu mais uma vez o pedido da Petrobras para explorar petróleo na Foz da Bacia do Amazonas, na Margem Equatorial. Além da negativa, o Ibama solicitou à estatal informações adicionais sobre o plano, considerado estratégico para a expansão petrolífera no Brasil.
Plano bilionário enfrenta barreiras ambientais
A Petrobras anunciou um investimento de US$ 3,1 bilhões para explorar a costa norte brasileira, com a perfuração de 16 poços de petróleo na Margem Equatorial até 2028. Entre as áreas de interesse está a Foz do Amazonas, onde a companhia pretende perfurar a 170 km da costa amapaense, a uma profundidade de 2.880 metros. A operação, contudo, depende de uma licença para Avaliação Pré-Operacional (APO), em análise pelo Ibama. O órgão considera fatores como biodiversidade e o potencial de impactos ambientais antes de conceder a autorização.
Histórico de recusa e exigências do Ibama
O pedido inicial foi recusado em maio do ano passado, quando o Ibama apontou falhas graves no projeto, entre elas o tempo de resposta em caso de acidentes. A Petrobras estima que embarcações de contenção demorariam cerca de 48 horas para chegar ao local, elevando os riscos de poluição da costa. A decisão suscitou discordâncias no governo, com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sendo contrária à liberação e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, favorável ao projeto.
Análise técnica detalhada para decisão futura
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, explicou que a análise será realizada com cautela, considerando as correntes marinhas e a rica biodiversidade da área. “Os servidores entenderam que, devido às condições ambientais sensíveis e à falta de infraestrutura de resposta rápida, não é prudente aprovar a licença nessas circunstâncias”, afirmou.
A Petrobras, que já recorreu da decisão, aguarda a análise técnica do Ibama sobre as novas informações solicitadas, que serão cruciais para a continuação do projeto na Margem Equatorial.