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Governo do PA é criticado por fechar hospital de campanha de Breves, no Marajó

O governo do Pará anunciou nesta semana que o hospital de campanha de Breves, na Ilha de Marajó, terá suas atividades encerradas no dia 31 de julho. Será o primeiro hospital, dos 5 em funcionamento, que será fechado.

A região de Breves é uma das mais afetadas pela pandemia no estado. O Marajó Ocidental abrange os municípios com os piores Índices de Desenvolvimento Humano do Brasil. Melgaço tem o pior IDH do Brasil.

A situação da Covid-19 nas cidades e nas comunidades ribeirinhas do Marajó foi tema de reportagem nacionais, reportagens especiais da TV Liberal e em matérias de agências de notícias internacionais como a Reuters.

Devido aos problemas históricos na área de saúde, as altas taxas de pobreza e a população dispersa em comunidades isoladas, entidades criticam a decisão do governo do Pará de fechar o hospital de campanha na região mais vulnerável do estado.

A Organização Não-Governamental (ONG) Lute Sem Fronteiras e o projeto Observatório do Marajó se manifestaram por meio de nota e condenaram a decisão do governo estadual. As entidades usaram dados do Museu Goeldi que mostram que a Ilha registra cerca de 100 casos por dia e o problema da subnotificação que seria 10x maior o que é apresentado pela Secretaria Estadual de Saúde (SESPA).

“Faz parecer, assim, que age mais pautado na construção de narrativas políticas do que na atenção às necessidades da população, que segue não só fugindo do contágio do vírus, mas sem moradia digna, sem acesso à água, sem saneamento básico, sem apoio às suas atividades produtivas, sem suas crianças estudando”, diz a nota.

Além disso, as organizações destacam que o hospital de campanha de Breves vai ser fechado sem a inauguração da outra unidade da região, que seria em Soure, cujo convênio foi assinado e anunciado no dia 16 de maio.  

Leia a nota completa:

O Governo do Pará anunciou o fechamento do Hospital de Campanha do Marajó, em Breves, antes de sequer ter entregue o segundo Hospital de Campanha para a região, cujo convênio foi assinado e anunciado em 16 de maio. Não é como se a pandemia estivesse controlada no Marajó: em julho, o arquipélago está tendo uma média de 100 novos casos por dia, sem contar a subnotificação estimada pelo Museu Emílio Goeldi de que o número de casos na região seria 10x maior do que o oficial. Também não é como se o Governo do Estado tivesse feito o anúncio junto a novas políticas de combate e controle da pandemia, suas causas e efeitos – ao contrário, nenhuma nova medida para a região foi anunciada. Faz parecer, assim, que age mais pautado na construção de narrativas políticas do que na atenção às necessidades da população, que segue não só fugindo do contágio do vírus, mas sem moradia digna, sem acesso à água, sem saneamento básico, sem apoio às suas atividades produtivas, sem suas crianças estudando. O Observatório do Marajó, portanto, lamenta e condena o anúncio de fechamento do único Hospital de Campanha no Marajó, feito sem que nenhuma nova política pública para a região fosse anunciada. Parece agir para que nada mude.

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