
O governo federal anunciou oficialmente que o Curupira, personagem mítico do folclore brasileiro, será o mascote oficial da COP30, a Conferência do Clima das Nações Unidas, que será realizada em novembro de 2025 em Belém, capital do Pará. A escolha, já ventilada desde janeiro, foi confirmada nesta terça-feira (2) e marca uma valorização da cultura amazônica no maior evento ambiental do planeta.
Figura lendária das tradições indígenas da região Norte, o Curupira é reconhecido como o guardião das florestas e dos animais, conhecido por ter os pés virados para trás, o que lhe permite enganar caçadores e proteger a mata dos invasores. A imagem do personagem será utilizada em campanhas institucionais, materiais educativos e na divulgação internacional da conferência, com o objetivo de aproximar o debate climático das raízes culturais brasileiras.
A escolha do mascote tem forte carga simbólica. Em carta enviada à comunidade internacional, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que as florestas tropicais estarão no centro das discussões e que dar visibilidade à cultura amazônica é essencial para uma abordagem mais inclusiva e sustentável das mudanças climáticas.
“O Curupira representa não só a biodiversidade da Amazônia, mas também a sabedoria ancestral de seus povos e a urgência de proteger a floresta”, destacou Corrêa do Lago.
Cultura como ferramenta de mobilização
A presença do Curupira como símbolo da COP30 sinaliza o compromisso do Brasil em resgatar elementos culturais próprios como parte das soluções ambientais. Com o evento sendo sediado pela primeira vez na Amazônia, espera-se que essa abordagem ajude a engajar a população local e aumentar a consciência global sobre o papel das florestas tropicais no combate à crise climática.
O desenho oficial do mascote traz uma versão moderna e simpática do Curupira, com cabelos em chamas, expressão determinada e pés invertidos. Ele deverá circular em materiais oficiais, escolas, redes sociais e até produtos promocionais da COP.