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Fafá de Belém celebra protagonismo do Norte na COP30: “Estamos sendo escutados e não podemos perder a oportunidade”

Cantora e ativista destaca a importância da escuta aos povos da Amazônia na luta climática e cobra respeito à cultura nortista: "Nós vestimos a nossa pele".

A cantora paraense Fafá de Belém, de 68 anos, reforçou a importância da COP30 – a conferência climática da ONU que será realizada em novembro, em Belém (PA) – como um marco histórico para dar voz às populações do Norte do Brasil, que, segundo ela, sempre estiveram à frente do debate ambiental, mas nunca foram verdadeiramente ouvidas.

“Aprendemos, na Amazônia, desde criança a preservar a natureza. A respeitar o movimento das marés, o movimento da Lua, o equinócio. Isso faz parte da nossa cultura de base”, disse Fafá em entrevista exclusiva à revista Quem. Ela lamenta que os saberes amazônicos tenham sido historicamente ignorados: “Se tivessem tido a gentileza de aprender conosco, não estaríamos no passo que estamos.”

Ativista das causas ambientais e climáticas há cinco décadas, a artista paraense afirma que, apesar das dificuldades históricas, o momento atual representa uma oportunidade única: “Estamos sendo escutados e não podemos perder a oportunidade. Precisamos incentivar causas”, declarou, referindo-se à visibilidade que o Norte do país vem conquistando com a aproximação da COP30.

Voz da Amazônia

Nascida e criada em Belém, Fafá se tornou uma das vozes mais respeitadas da música popular brasileira e também da defesa da Amazônia. “É muito difícil ser ouvida. Todo mundo quer que a gente se adeque. Até a minha gargalhada tentaram adequar. Ou viramos uma caricatura, ou uma fantasia. Mas não é isso que somos. Nós vestimos a nossa pele”, desabafou.

Para ela, o caminho para a transformação passa pela valorização dos saberes locais e pelo protagonismo dos povos tradicionais e originários. “Nunca é tarde para recuperar, para ter consciência, e ensinar o quanto a natureza é fundamental para o dia a dia e o futuro da gente”, afirmou.

Fafá também participou do projeto LED – Luz na Educação, onde elogiou o protagonismo dos jovens amazônidas no debate climático: “Estou ouvindo jovens falando das preocupações que temos desde que somos gente. Mas agora temos um pouco de voz também”.

A COP da Amazônia

Pela primeira vez, a Conferência das Partes da ONU será realizada na Amazônia. A COP30 vai reunir líderes mundiais, cientistas, ambientalistas e representantes da sociedade civil para discutir soluções contra a crise climática. Para Fafá, este é o momento de consolidar o protagonismo da Amazônia não só como pauta ambiental, mas como centro de saberes e culturas essenciais à sobrevivência do planeta.

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