Folha de São Paulo é acusada de receber dinheiro de empresas responsáveis por crimes ambientais para cobrir a COP30

A menos de seis meses da COP30, uma denúncia feita pelo portal Intercept Brasil lança dúvidas sobre a imparcialidade da cobertura da grande mídia sobre o evento climático. Segundo a reportagem publicada nesta quarta-feira (5), empresas como Vale e JBS — amplamente associadas à destruição ambiental no Brasil — estão entre as principais patrocinadoras da cobertura da conferência por veículos como Folha de S.Paulo, Globo, CBN e Valor Econômico.

A denúncia acende um alerta sobre o papel da imprensa diante de um evento de alcance global. A Folha, que tem feito campanha crítica à realização da COP30 em Belém, agora é acusada de receber recursos de companhias responsáveis por tragédias como os rompimentos de barragens em Mariana e Brumadinho, no caso da Vale, e o avanço do desmatamento na Amazônia, no caso da JBS.

“Isso é mais do que um conflito de interesses. É a distorção total do papel do jornalismo”, alerta o Intercept. “Quem paga, manda na pauta. E quando bilionários do agro e da mineração patrocinam a cobertura climática, a verdade vira mercadoria.”

Ao mesmo tempo, tramita no Congresso o chamado “PL da Devastação”, um projeto da bancada ruralista que visa flexibilizar ainda mais o licenciamento ambiental no país. A contradição é evidente: enquanto patrocinam eventos e coberturas que supostamente defendem o meio ambiente, as mesmas empresas financiam a destruição das políticas ambientais brasileiras.

A reportagem ainda aponta que essas relações comerciais colocam em xeque a credibilidade da imprensa diante de temas tão sensíveis. “A COP30 pode ser um marco real para mudar os rumos do planeta. Mas isso só será possível com um jornalismo livre, sem amarras econômicas, disposto a expor a verdade dos verdadeiros sabotadores.”

Todo o conteúdo da denúncia pode ser conferido na página oficial do Intercept Brasil no Instagram.