O professor Leonardo Reis, dirigente do Psol em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB), denunciou um episódio de abordagem policial que considera abusiva e motivada por discriminação racial. Segundo relato publicado nas redes sociais, ele foi detido pela Polícia Militar do Pará (PMPA) na segunda-feira (25) por portar dois celulares — um dele e outro de sua esposa —, o que teria levantado suspeitas dos agentes.
Reis afirmou que, apesar de nada ilícito ter sido encontrado durante a revista, foi conduzido contra sua vontade à delegacia do bairro Guanabara. Ele atribui a condução ao fato de ter questionado a identificação dos policiais envolvidos.
Denúncia de racismo e violência
Em vídeo divulgado online, o professor declarou que a ação foi racista e reforçou a violência policial contra pessoas negras e moradores de periferias. “Na periferia, andar na rua já é crime. Precisamos unir nossas vozes. Não voltaremos, nem pra senzala, nem pro camburão”, desabafou.
Reis ainda destacou que pretende buscar medidas legais contra os agentes. A advogada Emanuelle Raiol, sua esposa, informou que uma denúncia será registrada na Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), na Corregedoria-Geral da Polícia Militar e encaminhada à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
Ação legal e repercussão
Além da denúncia à Decrif, o caso será levado à Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh). A Polícia Militar do Pará foi contatada pela imprensa para prestar esclarecimentos, mas ainda não se manifestou.
O caso reacende o debate sobre discriminação e violência policial no estado, especialmente contra populações negras e periféricas. Leonardo Reis afirmou que o episódio reflete um padrão de repressão desproporcional. “Nós, do povo negro, somos o principal alvo da bala perdida e do baculejo na periferia. Não toleraremos mais isso”, concluiu.
Veja boletim de ocorrência: