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COP 30: Richard Ramussen aponta manejo como solução para preservação e captura de carbono

O biólogo defendeu a importância do uso controlado da floresta como estratégia para aumentar o sequestro de carbono e garantir a conservação ambiental.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada e novembro deste ano, em Belém, reacendeu discussões sobre a preservação da Amazônia e o papel do manejo sustentável no combate às mudanças climáticas. Em um recente debate, o biólogo e explorador Richard Rasmussen defendeu, durante o Programa Pânico, da Jovem Pan, a importância do uso controlado da floresta como estratégia para aumentar o sequestro de carbono e garantir a conservação ambiental.

O papel do manejo florestal na captura de carbono

Rasmussen explicou que o carbono presente nas árvores pode ser armazenado por meio do uso sustentável da madeira. Segundo ele, árvores maduras, ao morrerem naturalmente, liberam carbono de volta para a atmosfera. A retirada controlada dessas árvores antes de sua decomposição permite que esse carbono fique armazenado em produtos de madeira duráveis, como móveis e construções, reduzindo sua liberação. Além disso, a abertura de espaço na floresta possibilita o crescimento de novas árvores, que continuarão o processo de captura de carbono.

“O manejo adequado funciona como uma jardinagem da floresta. Remover árvores que já atingiram seu ciclo de vida evita a liberação de carbono e estimula o crescimento de novas plantas, que capturam mais carbono da atmosfera”, afirmou o biólogo.

O assunto veio a tona após o desmatamento para a construção da avenida Libertade. Ambientalistas e moradores locais expressam preocupações significativas sobre o desmatamento resultante da construção, especialmente porque a avenida atravessa uma Área de Proteção Ambiental (APA) e passa próxima ao Parque Estadual do Utinga. Há temores de que a nova via possa facilitar o acesso a áreas preservadas, levando a um aumento do desmatamento e afetando negativamente a biodiversidade local. Além disso, comunidades tradicionais, como o Quilombo do Abacatal, temem que a obra ameace seu modo de vida e o equilíbrio ecológico da região.

A COP 30 e o debate sobre preservação

A realização da COP 30 em Belém coloca o Brasil no centro das discussões ambientais globais. O país possui cerca de 60% de seu território coberto por vegetação nativa, sendo que aproximadamente 25% dessas áreas estão sob domínio privado, incluindo propriedades rurais. Rasmussen destacou que produtores rurais desempenham um papel crucial na preservação e que precisam ser incluídos no debate ambiental.

“É essencial trazer os produtores rurais para a mesa de negociações. Muitas dessas áreas privadas permanecem conservadas e desempenham um papel fundamental na manutenção da floresta em pé”, ressaltou.

Manejo sustentável como alternativa à degradação

O biólogo também criticou políticas de conservação que impedem qualquer tipo de intervenção na floresta. Ele argumenta que, sem o manejo adequado, áreas protegidas podem sofrer degradação devido à falta de fiscalização e exploração ilegal. Além disso, o incentivo ao uso sustentável de recursos naturais pode contribuir para a preservação de espécies ameaçadas.

Como exemplo, ele citou o caso do pirarucu, peixe amazônico que já esteve em risco de extinção, mas teve sua população recuperada após a implementação de um sistema de manejo sustentável que incentivou sua pesca controlada.

“A conservação não pode ser apenas teórica. É preciso adotar práticas que realmente funcionem na preservação da biodiversidade e no desenvolvimento econômico sustentável”, concluiu.

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