
A perseguição aos católicos na Nicarágua e a prisão do bispo Rolando Álvarez, na última sexta-feira (19), aumentaram ainda mais a preocupação de líderes da Igreja pelo mundo e, especialmente, entre os cristãos brasileiros.
É que todo esse ambiente hostil aos católicos no país da América Latina é reflexo da situação política, em um país governado pela Esquerda. Em quatro anos, os católicos da Nicarágua sofreram mais de 190 ataques e profanações. Isso inclui um incêndio na Catedral de Manágua, capital do país localizado na América Central, prisões de padres, fechamento de emissoras de rádio e canais de televisão católicos, além da expulsão de 16 freiras missionárias da ordem Madre Teresa de Calcutá. Há relatos também de agressões e destruição de imagens e símbolos religiosos católicos.
Em Belém, por exemplo, que começa a entrar no clima do Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações católicas do mundo, esse é um momento de reflexão. Liberdade religiosa é um direito constitucional, mas no caso da Nicarágua, governada por Daniel Ortega, ditador socialista que inclusive conta com apoio de grandes partidos políticos no Brasil. Ortega soma 20 anos consecutivos no poder. Se contarmos outros mandatos, ele já ocupou a cadeira de presidente da Nicarágua por um total de 29 anos e é o líder mais antigo das Américas.
Filho de um sapateiro, Ortega ainda era adolescente quando ingressou na Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), de esquerda.
A igreja em Belém ainda não se manifestou sobre a situação na Nicarágua. Mas outros Bispos pelo país já se manifestaram sobre. Dom Adair José Guimarães, bispo da diocese de Formosa (GO), deu o seu posicionamento pessoal sobre a perseguição aos católicos na Nicarágua. Segundo o sacerdote, a situação da Nicarágua vem se agravando ao longo dos tempos e chegou ao ápice com Daniel Ortega que deseja se perpetuar no poder”.
“No mês de março de 1983 São João Paulo II visitou aquele País e não foi bem recebido, tendo que celebrar a Santa Missa num palco decorado com os símbolos sandinistas e sofreu manifestações contrárias à sua pessoa da parte de pessoas afeitas ao regime. Trata-se de um sistema socialista, ancorado nas ideias marxistas, que usa da democracia para instalar a ditadura, uma espécie de tomada do poder”, disse Dom Odair.
O religioso também destaca que a ditadura nicaraguense é marxista e ateia, por isso “não é de se assustar que seja imposta uma sistemática perseguição à Igreja Católica que não se dobra a ditaduras que oprimem o povo”.
“Acredito que não será um momento fácil para a comunidade católica da Nicarágua enquanto a ditadura não terminar. Uma tirania traz consigo a marca da inconsequência”, declarou.
Com o risco à liberdade religiosa em países governados por líderes de esquerda, Dom Odair destaca que “as democracias consolidadas precisam ser vigilantes”.
“Líderes populistas emergem facilmente e usam a simplicidade do povo para propalar ideais messiânicas que manipulam as massas, favorecendo a imposição de ditaduras como caminhos de salvação”, explica.
O bispo lembra ainda que os governos socialistas não respeitam liberdades, a prática da religião e os ideais familiares. “É preciso vigilância, pois as carências materiais do nosso povo, a fragilidade educacional e os desafios para a inclusão social abrem caminhos para o oportunismo demagógico e a manipulação das massas, com aporte de parte de uma elite aproveitadora e da velha mídia subserviente”, reforça.
“Cuidado para que não nos tornemos amanhã aquilo que estamos vendo na Nicarágua!”, foi o alerta que o padre Overland de Morais fez na última semana durante sua homília aos fiéis da Paróquia Cristo Rei, em Cuiabá.
O vídeo do padre Overland tem sido bastante compartilhado pelas redes sociais como um alerta para as eleições 2022. “Cristãos não votam em candidatos que promovem aborto, ideologia de gênero e tantas outras coisas contrárias aos mandamentos de Deus e aos ensinamentos da igreja”, disse Morais.
Com informações Gazeta do Povo