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Barreiro concentra mais da metade dos casos de dengue registrados este ano em Belém

O bairro do Barreiro concentra mais da metade dos casos de dengue registrados este ano em Belém. Na capital, até agora, são 52 casos. Destes, 25 foram constatados no bairro, que há anos sofre com problemas de saneamento básico.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), o número de casos confirmados de dengue até o momento este ano é menor que o registrado no mesmo período de 2020. No entanto, as ocorrências estão aumentando.

“Em relação ao mesmo período do ano passado, tivemos 103 casos confirmados. Uma redução de 51,85%. Embora seja relativamente baixo esse número em relação a 2020, a gente está observando que está crescendo o número de casos”, disse o coordenador de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Tadeu Moraes, em entrevista à Redação Integrada. “Há duas semanas, havia 24 casos confirmados. Agora, 52. E o número de notificações só vem aumentando. Este ano, já tivemos 180 notificações. E, das 180, 52 foram confirmadas para dengue”, afirmou.

A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Segundo Tadeu, os bairros mais afetados com casos de dengue em 2021 são os seguintes, pela ordem: Barreiro (“25 casos confirmados da doença e tem crescido um pouco mais – vem bastante notificações de lá, algumas em análise ainda”), Maracangalha (9 casos confirmados), Sacramenta (5) e Val-de-Cães (4 casos), além de algumas outras localidades, como Pedreira, Marco, Telégrafo.

“São nesses bairros que tem surgido maior número de casos. A gente está fazendo o acompanhamento e o controle na tentativa de que a doença não venha a se dispersar ainda mais e o vírus não venha propagar e afetar mais pessoas”, afirmou.

Com relação às medidas para combater o vetor da doença, a Sesma está obedecendo uma nota informativa do Ministério da Saúde, a nota número 8, de 2020 ainda. Estabelecida por causa da pandemia, a nota diz que os agentes são aconselhados a não entrar na casa do morador, mas apenas o terreno, o quintal, o saguão. “E faz vistoria nas casas que tem o corredor lateral que dá acesso ao quintal. Uma vistoria de busca pelos focos e eliminação deles”, explicou Tadeu.

“Quando eles encontram uma casa que não tem essa possibilidade, fazem unicamente uma abordagem educativa com o morador, repassando para eles os devidos cuidados que deve tomar em relação à prevenção para evitar o surgimento de focos dentro do seu ambiente de moradia”, acrescentou. A Sesma já começou a desenvolver, essa semana, uma metodologia de armadilha, para poder verificar a densidade populacional do Aedes dentro de todos os bairros do município de Belém, incluindo Mosqueiro e Outeiro. “Essa semana estão fazendo o cadastro desses imóveis. E, pra semana, vão instalar armadilhas dentro do terreno, em uma parte coberta”, explicou. Tadeu disse ser importante que os moradores contribuam, a partir da manutenção do ambiente onde vivem,  de forma adequada, limpa, sem deixar depósitos que acumulem água, principalmente no período agora chuvoso.

Moradora fala sobre cuidados que adota na casa dela

Letícia Souza, 20 anos, mora na passagem São Francisco, no bairro Curió-Utinga, em Belém, e fala dos cuidados que adota para não ter dengue. “Aqui em casa, a gente não deixa água parada. Quando chove, a gente vira todos os baldes. Como está tendo uma construção aqui em casa, os tijolos estão tampados com plástico. E as tampinhas de garrafa, que a gente usa muito, a gente bota dentro de uma sacola e descarta para uma senhora, que faz vassouras”, contou.

“Na minha casa, graças a Deus, nunca ninguém chegou a pegar. Mas uma vizinha que morava do lado de casa adoeceu com dengue”, contou Letícia. “O quintal dela era aberto, chovia e enchia. Ela não esvaziava as vasilhas do quintal”, afirmou. Essa vizinha adoeceu faz algum tempo.

Em 2020, houve 183 casos confirmados de dengue e 25 casos confirmados de Chikungunya, doença também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, em Belém.  “Em 2021, ainda não tivemos nenhum caso confirmado de Chikungunya”, afirmou.

No Pará, já foram registrados, este ano, 183 casos de dengue

Este ano, já foram registrados 183 casos de dengue no Pará. Em 2020, houve 1.930 casos da doença no Estado. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

A Sespa informou ainda que a Coordenação Estadual de Arboviroses já elaborou o Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus 2021. E elaborou o orçamento para o primeiro quadrimestre de 2021 para execução de atividades junto aos municípios para fortalecimento das ações e distribuiu larvicidas para os 13 Centros Regionais de Saúde.

Também emitiu Nota Técnica 01/2021 com recomendações da Coordenação Estadual de Arboviroses sobre a realização do Levantamento Entomológico (LIRAa e LIA), já recebeu os Planos Municipais de Contingência 2021 (dengue, zika e chikungunya) de 75 municípios paraenses e está lançando uma campanha nas redes sociais. “Por fim, declaramos que o papel da população é fundamental no combate ao Aedes (Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue)”, informou a Sespa.

A Secretaria divulgou as principais medidas que devem ser tomadas pela população:

Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;

Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;

Não deixar água acumulada sobre a laje;

Manter garrafas com boca virada para baixo;

Acondicionar pneus em locais cobertos;

Proteger ralos sem tampa com telas finas;

Manter as fossas vedadas.

Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana;

Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito como casca de ovo, tampinha de refrigerante, entre outros.

Fonte O Liberal

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