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Barcarena vira novo polo de gás natural do Brasil

Barcarena se consolida como polo de gás natural com novo terminal e usina termelétrica

Em 28 de fevereiro, uma comitiva de autoridades políticas celebrou a chegada do gás natural em Barcarena, município vizinho a Belém, capital do Pará. A cerimônia contou com a presença do governador do estado, Helder Barbalho (MDB), do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e do prefeito da cidade, Renato Ogawa (PP), para inaugurar o primeiro terminal de importação de gás natural liquefeito (GNL) da região Norte. Para Silveira, a operação marca “uma nova era energética” para a região, trazendo “uma energia mais limpa e sustentável para a bacia do rio Amazonas”.

Além do terminal de GNL, Barcarena receberá uma usina termelétrica (UTE), cuja primeira etapa está prevista para ser concluída em julho de 2025, com uma capacidade instalada de 630 gigawatts (GW). Há também um pedido de ampliação em análise, que, se aprovado, poderá aumentar a capacidade da UTE Novo Tempo para 2,6 GW, tornando-a a maior termelétrica da América Latina.

Os empreendimentos são liderados pela Centrais Elétricas Barcarena (Celba), subsidiária da multinacional New Fortress Energy (NFE), com sede nos Estados Unidos. Além do terminal e da usina, a NFE é proprietária de uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FSRU) e de gasodutos em Barcarena.

O principal objetivo dos novos projetos é oferecer uma alternativa mais limpa de combustível para as indústrias locais, que historicamente utilizam óleo diesel e coque de petróleo. Entre os maiores beneficiários está a multinacional norueguesa Norsk Hydro, que opera a Alunorte, maior produtora de alumina do mundo fora da China, e a Albras, a maior consumidora livre de energia do Brasil.

Os primeiros contratos de fornecimento de gás natural foram assinados com a Alunorte, visando permitir à Norsk Hydro comercializar seus produtos com um selo de sustentabilidade em mercados exigentes, especialmente na Europa.

Com Helder Barbalho se preparando para ser o anfitrião da Conferência do Clima da ONU de 2025, em Belém, o governo estadual celebra a ascensão dos projetos de gás natural como “um momento histórico”. Barbalho também projeta que, futuramente, o combustível será utilizado por veículos (GNV) e abastecerá comércios e residências do estado.

A Gás do Pará, uma concessionária público-privada presidida pelo ex-senador Flexa Ribeiro (MDB), participa da distribuição do gás natural no estado. A empresa, que possui 51% de participação do governo estadual e 49% da Termogás, do empresário Carlos Suarez, vai transportar o gás natural da NFE para a Hydro Alunorte.

Os projetos, apoiados pelo governo federal, incluem a construção da usina termelétrica com um empréstimo de R$ 1,8 bilhão do BNDES, parte do Novo PAC, e a cessão do terreno pela Companhia das Docas.

A Norsk Hydro prevê uma redução de 1,4 milhão de toneladas de CO2 por ano a partir de 2025 com a mudança para o gás natural, além da instalação de caldeiras elétricas movidas a energia renovável. A New Fortress Energy afirmou seguir normas federais de redução do estresse hídrico e monitorar rigorosamente a saúde, segurança e meio ambiente, destacando o GNL como uma alternativa segura e sustentável para a Região Norte.

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