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Arrecadação no Pará cresce 10% e ultrapassa R$ 10 bilhões no primeiro bimestre de 2025

Alta na arrecadação pode impulsionar investimentos, mas carga tributária também pesa no bolso do consumidor

O Pará registrou um crescimento na arrecadação de impostos nos dois primeiros meses de 2025, totalizando R$ 10,8 bilhões. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), esse montante representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram arrecadados R$ 9,8 bilhões. O desempenho positivo reflete o crescimento da economia estadual, impulsionado por fatores como o aquecimento do mercado devido às obras da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém, e reajustes em tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O crescimento da arrecadação foi acompanhado também por um aumento na capital, Belém, onde o recolhimento de impostos passou de R$ 220,9 milhões para R$ 243,1 milhões no mesmo período. Especialistas apontam que esses números indicam um cenário positivo para os cofres públicos, podendo resultar em investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança pública.

Impactos da arrecadação na economia paraense

O economista Valfredo de Farias destaca que o aumento na arrecadação pode significar um volume maior de recursos para investimentos e melhorias em serviços públicos. “Quando há uma maior arrecadação, isso significa mais dinheiro para ser distribuído entre União, Estados e Municípios, podendo ser revertido em melhorias para a população”, afirma. No entanto, ele também alerta que nem toda a arrecadação é destinada a novos investimentos, já que uma parte expressiva dos tributos é utilizada para cobrir despesas fixas, como folha de pagamento do funcionalismo público e previdência.

Outro ponto de atenção é o impacto da carga tributária no orçamento das famílias e das empresas. O aumento de tributos, como o ICMS sobre combustíveis e serviços, pode elevar os custos para o consumidor final. “Sempre que há um aumento de impostos, há um efeito cascata que se reflete nos preços dos bens e serviços, impactando diretamente o custo de vida da população”, explica Valfredo.

O papel da reforma tributária e as perspectivas para os próximos meses

Apesar do crescimento da arrecadação, a tão esperada reforma tributária ainda não trouxe mudanças significativas na carga de impostos. Especialistas explicam que, até o momento, a principal alteração promovida pela reforma tem sido a simplificação do processo de pagamento de tributos. Antes, empresas precisavam lidar com uma grande quantidade de guias e boletos referentes a impostos federais, estaduais e municipais. Com a reforma, esse processo foi unificado em dois tributos principais, um de competência federal e outro estadual.

No entanto, a reforma não significa necessariamente uma redução imediata da carga tributária. “A implementação completa da reforma tributária pode levar até sete anos, e até lá, muitos ajustes podem ocorrer”, destaca o economista. Para as empresas, a simplificação pode representar um alívio na burocracia, mas a carga de impostos ainda permanece elevada, impactando os custos operacionais.

Nos próximos meses, a arrecadação no Pará deve continuar crescendo, impulsionada por novos investimentos e ajustes tributários. Fatores que podem influenciar esse cenário incluem:

  • A continuidade das obras para a COP 30, que movimentam diversos setores econômicos;
  • O impacto do aumento do ICMS sobre combustíveis e serviços;
  • O ritmo da implementação da reforma tributária e suas possíveis mudanças ao longo dos anos.

Para a população, o desafio continua sendo equilibrar o impacto dos impostos no orçamento familiar, ao mesmo tempo em que se espera que os recursos arrecadados sejam aplicados de forma eficiente para melhorar os serviços públicos e a infraestrutura do estado.

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