Após denúncia, samaumeira do Hangar recebe poda preventiva para evitar acidentes
Prefeitura de Belém mobiliza equipe especializada para realizar manejo emergencial em árvore simbólica da capital, após alerta sobre risco de queda divulgado por jornalistas e moradores.

Depois da repercussão de uma reportagem que denunciou sinais de adoecimento da samaumeira localizada ao lado do Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, a Prefeitura da capital mobilizou uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para realizar a poda preventiva da árvore. A intervenção, que começou na segunda-feira (28) e foi concluída nesta terça (29), exigiu a atuação de 10 profissionais, devido à altura e ao peso dos galhos comprometidos.
Com mais de 30 metros de altura, a samaumeira é considerada uma árvore símbolo da Amazônia e integra a paisagem afetiva e histórica da cidade. Sua localização estratégica e o risco de queda de galhos apodrecidos motivaram a ação urgente da prefeitura, que utilizou equipamentos específicos e técnicas de manejo para garantir a segurança no entorno do Hangar.
Segundo o engenheiro florestal Cosme da Silva, da Semma, a intervenção era fundamental:
“A samaúma se renova soltando os galhos podres, como muitas árvores, e antes que isso aconteça é necessário fazer a poda, pois são galhos enormes e que podem causar acidentes”, explicou.
A denúncia sobre o estado da árvore foi feita pela jornalista Adelaide Oliveira e repercutiu nas redes sociais, reacendendo o alerta da população sobre a conservação de árvores históricas em Belém. A samaumeira do Hangar apresentava galhos secos, quebrados e indícios de apodrecimento, especialmente visíveis durante o inverno amazônico, período no qual a espécie costuma estar em plena folhagem.
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A ação da Semma integra um esforço maior de manejo urbano. Segundo a secretaria, desde o início do ano mais de 90 árvores com risco de queda já foram suprimidas e outras 350 receberam algum tipo de intervenção, como poda de equilíbrio, rebaixamento ou arredondamento de copa. O trabalho é conduzido por uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros florestais, biólogos e técnicos ambientais, que realizam vistorias contínuas em diversas regiões da cidade.
Atualmente, Belém possui apenas 15 samaumeiras em áreas públicas e duas em terrenos privados próximos a vias públicas. A preocupação com o estado dessas árvores cresceu desde a queda da samaumeira do Complexo Arquitetônico de Nazaré, em 2023, fato que gerou forte comoção popular.