CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

A farra dos cachês, o turu e o galeto de ouro

Já há algum tempo, tem sido denunciado um esquema criminoso de “rachadinhas” na Fundação Cultural do Pará. Esse esquema opera por meio de emendas parlamentares e contratação de artistas através de produtoras de eventos.

Quem quiser saber mais basta procurar, entre outros, pelo link :

Infelizmente, apesar de simples e amplamente conhecido de todos ( pergunte a qualquer músico profissional), as autoridades não tomam providências para investigar, resultando no desvio mensal de rios e rios de dinheiro dos cofres públicos do estado do Pará.

Esquema de Rachadinhas

Assim funciona: emendas, cujos autores não se tem como identificar, são direcionadas para a Fundação Cultural do Pará, que, por sua vez, contrata produtoras. Os contratos dessas produtoras, divulgados no Diário Oficial, frequentemente omitem o endereço e os representantes legais das empresas.

Estas produtoras têm a responsabilidade de agenciar artistas, contratados sem licitação, mesmo que lhes faltem os requisitos legais, como comprovação de notoriedade pública ou qualidade reconhecida, uma vez que, em geral embora talentosos são ilustres desconhecidos.

Formalmente os cachês pagos aos artistas, como se pode imaginar, são consideravelmente superiores ao que efetivamente recebem por suas apresentações. Na prática, os artistas, presos a esse esquema para garantir seu ganha-pão , são os que menos lucram, recebendo quantias ínfimas ( entre R$ 100 a R$ 200 por gig ), como outros milhões de brasileiros na luta pela sobrevivência. Os músicos, ou entram no esquema, ou não são chamados mais para nada. Os valores expressivos são divididos entre os empresários agenciadores e os parlamentares responsáveis pelas emendas.

Produtoras

Apenas nos últimos anos, produtoras como VM Produções e Eventos, F5 Produções e Eventos, RB Produção e Eventos, AT Entretenimento e Produção, Any Produções e Eventos receberam consideráveis quantias da Fundação Cultural para realizar lives e shows em diversos municípios do interior do Pará.

Para se ter uma ideia, só a VM produções e Eventos, recebeu no período entre 2020 a 2022 o valor de quase 12 milhões de reais, destinados a contratação de artistas.

Valores recebidos pela VM por ano

O TURU E O GALETO DE OURO

Como já se percebeu, o agenciamento de artistas se tornou uma profissão bastante promissora no Pará a ponto de alguns empresários do ramo ostentarem um status e um estilo de vida dignos de celebridades da música ou de jogadores de futebol que atuam no exterior.

Um exemplo disso é o empresário Antônio Ribeiro, conhecido como “Turu”, ex-proprietário da VM Produções.

Recentemente, durante uma festividade em Cubiteua, a 9km de Capitão Poço, Turu participou de um pequeno leilão de quermesse e arrematou um galeto assado. O que chamou atenção não foi apenas a aquisição em si, mas o valor do lance que ele ofereceu pelo prato: dez mil reais.

Coisa de cena de filme de Hollywood, como “Proposta Indecente” ou “As Branquelas”.

“É o galeto mais caro da história de todas as festividades” comentou o apresentador do evento.

Só pode ser de ouro!!! Veja o vídeo:

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