Era o longínquo ano de 1920. O Brasil fazia sua estreia nas Olimpíadas da Antuérpia (Bélgica) e foi logo na sua primeira participação que o país conquistaria também sua primeira medalha de ouro.
O responsável por esse feito é um paraense nascido em Belém. Guilherme Paraense tornou-se campeão olímpico ao conquistar o primeiro lugar na disputa de tiro esportivo.
Guilherme ainda criança mudou com a família para o Rio de Janeiro. Com apenas cinco anos frequentava a Escola Militar do Realengo, onde mais tarde se tornaria um Oficial do Exército Brasileiro.
Desde pequeno ele demonstrava excelente habilidade com tiro. Foi chamado para compor a primeira delegação olímpica brasileira por ser campeão sul-americano de tiro no final da década de 1910.
Guilherme Paraense enfrentaria diversos obstáculos até chegar a Antuérpia. O navio que levou a delegação brasileira só chegaria ao destino uma semana após o início da disputa do tiro. Para não perder a chance de competir, os atiradores desembarcaram em Lisboa e seguiram até a Bélgica de trem.
No caminho a delegação foi roubada, chegando a competição sem alvos e com munição insuficiente. Foi graças a delegação dos Estados Unidos, bem equipada, que os brasileiros conseguiram alvos e munições.
Por ironia do destino, na disputa por medalhas, Guilherme Paraense superou o americano Raymond Bracker, que havia colaborado com as armas. O brasileiro conseguiu marcar 274 pontos, dois a mais que o americano. Ele conquistou ainda uma medalha de bronze na disputa por equipes.
Paraense ajudou a fundar a Confederação Brasileira de Tiros, em 1940. Em sua homenagem, por sua importância no esporte brasileiro, Guilherme Paraense batiza o estande de tiro da Academia Militar das Agulhas Negras. Mais recentemente, batiza o nome do ginásio Mangueirinho, em sua cidade natal, Belém.