A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em locais ligados ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, nesta manhã de quarta-feira, 19, na operação “Akuanduba”, que está nas ruas do Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Pará, e que apura crimes contra a administração pública praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
A PF utilizou 160 policiais para cumprir 35 mandados de busca e apreensão, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que além das buscas, determinou o afastamento preventivo de 10 agentes públicos que ocupam cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente, e ainda a suspensão imediata do despacho emitido em fevereiro do ano passado, que permitiu a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorização de exportação.
Afastamento – O presidente do Ibama, Eduardo Bim, também é alvo de busca e apreensão nesta manhã e foi afastado do cargo por determinação do Supremo.
Segundo as investigações, esse despacho foi feito a pedido das empresas que tinham cargas apreendidas nos Estados Unidos e Europa e, com isso, possibilitou a regularização de mais de 8 mil cargas de madeiras exportadas ilegalmente entre 2019 e 2020.
As investigações começaram em janeiro deste ano após informações obtidas junto a autoridades estrangeiras que relataram desvio de conduta de servidores brasileiros no processo de exportação.
Operação – Akuanduba, nome dado à operação, é uma divindade da mitologia dos índios Araras, que habitam o estado do Pará. Segundo a lenda, se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, restabelecendo a ordem.
O que falou Salles – O ministro do Meio-Ambiente falou à imprensa sobre as investigações da Polícia Federal no fim da manhã desta quarta-feira, 19.
Salles afirmou ter sido surpreendido pela investigação e chamou-a de “exagerada” e “desnecessária”. Ele negou as acusações e declarou que “o Ministério do Meio-Ambiente, desde o início da gestão, atua sempre com bom senso, respeito às leis e respeito ao devido processo legal”, e que ainda não teve acesso ao inquérito.
Fonte: CNN Brasil