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Restauração de embarcação histórica em Belém será concluída em cinco meses

Achado arqueológico durante obras na Nova Doca reforça conexões entre a história da cidade e sua relação com os rios

O resgate de uma embarcação metálica antiga, descoberta durante as escavações para o Parque Linear da Nova Doca, em Belém, está em andamento com o acompanhamento da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). Após a retirada de duas partes da embarcação, resta apenas uma terceira para que o processo de restauração, estimado em cinco meses, tenha início.

História e contexto
O achado foi realizado na Avenida Visconde de Souza Franco, em uma área que já foi um importante entreposto econômico e portuário. A embarcação pode fornecer informações valiosas sobre as relações entre a formação urbana de Belém e os rios que desempenhavam um papel crucial na locomoção e comércio antes do aterro e asfaltamento das vias.

Kelton Mendes, arqueólogo contratado para as obras, destacou a relevância histórica da descoberta:

“A embarcação pode estar relacionada ao tráfego de mercadorias e pessoas entre a área portuária e os igarapés. Sabemos que ela tem mais de 110 anos, o que nos remete, no mínimo, ao século XIX.”

Etapas do restauro e exposição pública
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha todas as fases do projeto, que inclui levantamento histórico, análise laboratorial, limpeza e restauração. A embarcação, com 22 metros de comprimento, 7 metros de largura e 2,25 metros de profundidade, será exposta ao público após o restauro.

Segundo Tainá Arruda, arquiteta responsável pela restauração:

“Um laboratório está sendo montado próximo ao Porto Futuro I, onde a embarcação será restaurada e, posteriormente, exibida. O objetivo é preservar ao máximo suas características e torná-la acessível à população.”

Equipe multidisciplinar
A restauração envolve uma equipe composta por arqueólogos, historiadores, museólogos e especialistas da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), como João Aires, Paulo do Canto e Doriene Trindade.

Cristina Vasconcelos, superintendente do Iphan, reforçou a importância cultural do projeto:

“Belém nasceu de frente para o rio, e a embarcação resgatada é uma peça-chave para compreender essa história. Nosso papel é resguardar e contar essa memória.”

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