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Primeiro casamento gay do mundo teria sido em Cametá

Era 28 de junho de 1969, Stonewall Inn, Greenwich Village, Estados Unidos. A história começa nas primeiras horas da manhã, quando gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentam policiais e iniciam uma rebelião que lançaria as bases para o movimento pelos direitos LGBT nos Estados Unidos e no mundo. O episódio, conhecido como Stonewall Riot (Rebelião de Stonewall), teve duração de seis dias e foi uma resposta às ações arbitrárias da polícia, que rotineiramente promovia batidas e revistas humilhantes em bares gays de Nova Iorque.

Este episódio é considerado o marco zero do movimento LGBT contemporâneo e, por isso, é comemorado mundialmente em 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBT. Uma data para celebrar vitórias históricas, mas também para relembrar que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Mas dois anos antes deste episódio, em uma pequena cidade amazônica, dois homens quebravam o status quo vigente e realizariam aquilo que seria o primeiro casamento gay registrado no mundo.

A cidade é Cametá, uma das mais importantes do Pará, conhecida pelo seu carnaval, seu sotaque, por ser terra dos notáveis, mas foi lá que foi registrado o primeiro casamento homoafetivo que se tem notícia, em 1967, na comunidade quilombola de Inacha, no distrito de Juaba.

Até então, o primeiro casal a ser contemplado com o direito civil de casamento homoafetivo foram os ativistas Axel Lundahl-Madsen (1915-2011) e Eigil Eskildsen (1922-1995) em 1989, na Dinamarca.

O casamento gay, de acordo com registro históricos e relatos de testemunhas, foi polêmico. Para realizarem o casamento religioso, os dois homens, que já viviam juntos há alguns anos, combinaram que um deles iria vesti-se de noiva, fingindo ser uma mulher.

O prefeito de Cametá assim como outras autoridades municipais, participaram da cerimônia, no entanto, logo perceberam algo estranho na noiva. Foi armado uma emboscada ao casal, eles foram convidados a ir até a cidade onde receberiam um presente de casamento, mas ao chegaram a sede de Cametá, o barquinho foi interceptado pela polícia.

Os dois foram conduzidos até um médico para que ele pudesse avaliar o sexo original da noiva, mas no meio do caminho foram hostilizados pela população local. O médico comprovou que a noiva na verdade era um homem e usava duas bolas para simular os seios.

Os dois foram conduzidos para a cela dentro do prédio da prefeitura, onde permaneceram até o outro dia. Depois foram conduzidos para Belém e nunca mais se ouviu falar sobre eles.

A igreja anulou o casamento ao saber do fato acontecido.

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