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Paris não conseguiu despoluir o rio Sena. Belém conseguirá despoluir o canal da Doca?

Comparações com o Rio Sena em Paris levantam dúvidas sobre a viabilidade de limpar o canal da Doca até 2025

Com a aproximação da COP 30, prevista para novembro de 2025, Belém enfrenta um grande desafio: a despoluição do canal da Doca de Souza Franco, uma das obras prioritárias para a cidade antes da conferência da ONU. A questão é se a capital paraense conseguirá cumprir a promessa de entregar o canal despoluído, em uma cidade que apresenta um dos piores índices de saneamento básico entre as grandes cidades brasileiras.

A situação é alarmante. Atualmente, Belém tem baixíssimos índices de coleta e tratamento de esgoto, o que faz com que grande parte dos dejetos seja lançada diretamente no sistema de drenagem pluvial, nos canais e, posteriormente, nas águas da Baía do Guajará e do rio Guamá. Sem um sistema eficiente de esgotamento sanitário, os problemas de poluição e odor no canal da Doca podem se tornar ainda mais evidentes, especialmente durante a maré baixa, quando as águas da baía não adentram o canal e os dejetos se acumulam.

O projeto de revitalização da Doca de Souza Franco, parte do plano para a COP 30, inclui investimentos de mais de R$ 310 milhões para a urbanização de 1.200 metros de canal. Além da nova pavimentação asfáltica, drenagem, paisagismo e urbanização, o plano prevê a instalação de um sistema de esgotamento sanitário. No entanto, a dúvida persiste: será esse sistema suficiente para conter o despejo irregular de esgoto e eliminar o mau cheiro que já se tornou característico da área?

A situação em Belém lembra o caso do rio Sena, em Paris, que foi alvo de promessas de despoluição antes dos Jogos Olímpicos de 2024. No entanto, a poluição do rio se tornou um problema durante as competições, levando até a desistência de atletas por questões de saúde. A poluição no Sena causou infecções e gerou críticas internacionais.

Assim, a comparação com Paris levanta um questionamento pertinente: uma cidade como Belém, com menos recursos e tempo, conseguirá evitar uma situação similar à de Paris? A resposta a essa pergunta só será conhecida com o andamento das obras e a implementação efetiva das políticas de saneamento básico necessárias para garantir a despoluição do canal da Doca. Paris tem créditos, Belém não.

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