
Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento apontam o Pará como um dos protagonistas do comércio exterior brasileiro. Canaã dos Carajás (5º lugar), Marabá (11º), Parauapebas (12º) e Barcarena (13º) estão entre os 15 maiores exportadores do país no mês de maio, juntos movimentando mais de US$ 1,4 bilhão. Apesar do bom desempenho geral, o caso de Parauapebas preocupa.
A cidade, que já foi símbolo da riqueza mineral brasileira, vive seu pior maio em uma década: exportou apenas US$ 299 milhões, número inferior ao registrado em 2015, ano marcado pelo colapso no preço do minério de ferro. O dado é especialmente alarmante porque o v\mento, Canaã dos Carajás consolida-se como a nova potência mineral do Brasil, com minas mais modernas,1
Marabá também ultrapassou Parauapebas pela primeira vez, com US$ 314 milhões exportados, graças à força crescente do projeto de cobre Salobo. A tendência é que o município assuma papel ainda mais central nos próximos anos, com a ampliação das atividades da Vale na região.
Barcarena, com US$ 295 milhões, fecha o grupo paraense no ranking e reforça a importância estratégica do estado na economia nacional. A cidade, com forte atuação na exportação de alumínio e produtos industrializados, se mantém estável como polo logístico e industrial.
Desafio para Parauapebas
Com minas antigas e em processo de exaustão, Parauapebas já sente o impacto da perda de protagonismo. Os royalties sobre a mineração — principal fonte de arrecadação municipal — estão em queda, ao mesmo tempo em que os gastos públicos permanecem altos. A falta de diversificação econômica torna o cenário ainda mais delicado.
Sob uma gestão politicamente instável e com atritos públicos com a própria Vale, o município corre o risco de viver um colapso financeiro se não redefinir suas prioridades e estratégias. O alerta está dado — e enquanto cidades vizinhas crescem, Parauapebas corre contra o tempo para não ficar para trás de vez.