O Pará é o sétimo estado com a maior taxa de mortes violentas intencionais (MVI) em 2023, conforme estudo publicado nesta quinta-feira, 18, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado registrou uma taxa de MVI de 32,8 por 100 mil habitantes.
Em 2023, o Pará contabilizou 2.662 casos de MVI, que incluem homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais e mortes decorrentes de intervenção policial. Essa categoria serve como um termômetro para medir os níveis de violência no estado, independentemente do tipo penal ou da legitimidade de cada ocorrência registrada.
Embora a taxa ainda seja alta, houve uma redução de 11,8% em comparação com 2022.
Os dados apontam duas principais explicações para as mortes violentas intencionais no país. A primeira está relacionada às disputas por mercados e pontos de venda de drogas entre diversas facções de base prisional e milícias que controlam territórios de forma armada e violenta. Não há dados nacionais precisos sobre o percentual de mortes causadas por essas disputas, mas, segundo o Estudo Global sobre Homicídios 2023, do UNODC, 50% de todos os homicídios nas Américas são motivados pelo crime organizado, contra uma média mundial de 22%. O Brasil não informou seu percentual ao UNODC, por isso a média regional é apenas referencial. No entanto, ao cotejar os dados do Anuário com pesquisas conduzidas por instituições como o InVIPS (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Violência, Poder e Segurança Pública), liderado pela Universidade Federal do Ceará e que reúne 15 centros de pesquisa acadêmica no país (incluindo o FBSP), observa-se a predominância das dinâmicas e padrões de governança criminal nos territórios das cidades como uma grande variável explicativa para a tendência das mortes violentas intencionais no país.
O Mapa 01 apresenta a taxa de mortes violentas intencionais por região intermediária, modelo de divisão regional construído em 2017 pelo IBGE, que corresponde a uma escala intermediária entre as Unidades da Federação e as Regiões Geográficas Imediatas.
O território está organizado em 134 regiões intermediárias que incorporam todos os municípios brasileiros. A maior taxa de mortes violentas intencionais está na região intermediária de Macapá, que engloba seis municípios (Macapá, Santana, Itaubal, Mazagão, Laranjal do Jari e Vitória do Jari). Nesse recorte, as regiões intermediárias paraenses estão entre as mais violentas, destacando-se Redenção na quarta posição nacional com uma taxa de 56,3 de MVI e Altamira na sétima posição com 50,2.
