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Número de doentes sobe pelo 10º dia seguido no Rio de Janeiro e ocupação dos leitos está no limite

Rio de Janeiro (RJ) – A face mais cruel da pandemia do coronavírus volta a assustar o Rio de Janeiro. Com o aumento dos casos de Covid-19, a ocupação dos leitos de UTI na capital está no limite, segundo especialistas. Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, no domingo, 27, de manhã, das 251 vagas em unidades da Prefeitura para pacientes em estado grave, 219 estavam ocupadas, chegando a uma taxa de 87,2%. Para o epidemiologista Roberto Medronho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o percentual ideal é de até 70%.

“A conta da flexibilização que vimos no feriado de Sete de Setembro chegou agora”, disse Medronho, em entrevista à GloboNews.

Leitos – A Prefeitura informou que a rede municipal tem 630 leitos em enfermarias para pacientes com Covid-19. Desses, 240 estavam ocupados ontem. Se levar em conta toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) – que inclui as unidades municipais, estaduais e federais -, o percentual de leitos de UTI ocupados na capital estava no domingo, 27, em 80%, com 399 pacientes.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que realiza “a maioria absoluta dos atendimentos de Covid-19” no Rio de Janeiro, já que houve fechamento de leitos nas outras redes. O Estado deixou de receber pacientes nos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo. As unidades de campanha do Leblon e do Parque dos Atletas, que eram mantidas pela iniciativa privada, também foram desmobilizadas.

O único hospital de campanha aberto no Rio é o do Riocentro, da Prefeitura. Apesar de ainda haver algumas vagas, 48 pessoas esperavam por leitos de Covid-19 no domingo de manhã na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Aumento de casos – Essa pressão na rede hospitalar é reflexo do aumento do número de casos, que chegou no domingo, 27, a 102.246 na capital. Já o total de mortos registrado até domingo era de 10.849. Em todo o estado do Rio de Janeiro, são 261.860 infectados e 18.278 óbitos registrados.

Para verificar a tendência da doença, especialistas têm usado a média móvel dos registros dos últimos sete dias. Com esse parâmetro, chega-se a 85 mortes e 1.421 casos por dia no estado.

Houve um aumento de 47% na média de óbitos na comparação com as duas semanas anteriores, o que indica um cenário de crescimento no contágio da doença. Foi o décimo dia seguido de alta nas médias de mortes e casos.

Defensoria – Com menos leitos, a Defensoria Pública vem recebendo mais pedidos de ação para obter vagas em UTI.

“Estávamos tendo muitas ações pedindo leitos não-Covid, porque fecharam os hospitais de campanha e foram jogando essas pessoas com Covid para a rede. E aí faltou leito não-Covid. Agora, a gente não tem leito nem Covid nem não-Covid”, disse Thaísa Guerreira, coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria.

Praias – Com o sol de rachar no primeiro dia da primavera, as regras sanitárias foram ignoradas milhares de vezes na orla do Rio. As areias das praias ficaram lotadas, o que ainda está proibido. Só o banho de mar está liberado, assim como andar no calçadão, mas de máscaras. A temperatura chegou a 40,8 graus em Irajá, no domingo, de acordo com o Alerta Rio.

Em Ipanema, nenhum sinal indicava que a cidade estava em meio a uma pandemia, e não havia qualquer distanciamento entre os guarda-sóis. Banhistas não relataram qualquer tipo de fiscalização.

Na praia do Leme, alguns grupos disputavam partidas de frescobol, enquanto em Ipanema e no Leblon banhistas jogavam futevôlei, ainda que os esportes coletivos só estejam autorizados de segunda a sexta-feira. Em alguns pontos da orla, as barracas até estavam com algum distanciamento, mas a maior parte dos banhistas não usava máscara.

No último dia 18, o governador em exercício Cláudio Castro prorrogou até 6 de outubro algumas medidas restritivas de prevenção à Covid-19. Além da proibição de eventos com presença de público, a permanência nas areias de praias continua suspensa.

Também está proibido, aos sábados, domingos e feriados, o estacionamento de veículos particulares em toda a orla. Só podem estacionar os moradores. Até o fim da manhã de domingo, 27, 186 veículos foram removidos do Leme ao Pontal.

Fonte: jornal Extra

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