Coluna

Marighella, campanha para deputado e a PMB

A Prefeitura Municipal de Belém está patrocinando um evento na Universidade Federal do Pará, com a exibição gratuita do filme “Marighella” e uma roda de bate-papo com os atores Luiz Carlos Vasconcelos e Adelino Reis, com a vereadora de Belém Lívia Duarte e o Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

A participação no evento, o qual será realizado na UFPA, está sendo utilizada como “avaliação” por alguns dos professores camaradas daquela universidade, embora para todos os efeitos o tal evento seja gratuito e “livre”.

São tantos os absurdos que nem sei por onde começar. Mas, vamos lá.

Aviso de antemão aos leitores que ainda não me conhecem, que não perderei meu tempo aqui tecendo críticas ao filme do Wagner Moura. Cada um possui a ideologia que quiser e, portanto, pode fazer o filme sobre quem bem entender. A arte não pode, de nenhuma maneira, ser censurada.

Mas, uma coisa é produzir, dirigir e estrear o filme, outra é a tentativa canhestra de sua utilização panfletário-ideológica para enganar trouxas. O pior, como neste caso, é quando não conseguem, sequer, fazê-la de forma voluntária. Afinal, quem em sã consciência vai a um auditório escutar o senhor Edmilson Rodrigues discursar sobre liberdades? Piada pronta.

Já foram tantas, que perdi a conta das vezes que critiquei, em minha coluna Nádegas a Declarar, a total confusão que o senhor prefeito faz entre o que é público e o que é privado. Como se a prefeitura fosse o quintal da ilha de Castro. É de perder a paciência!

Esta vez parece não fugir a regra. Edmilson usa recursos, meus e seus, para fazer propaganda da ideologia marxista do PSOL, e, de quebra, patrocinar a campanha dos camaradas Lívia Duarte e do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, ambos já visando a campanha de 2022 para deputado (a) estadual.

Ora, por que não gastam os recursos do PSOL e de seus filiados?

Aqui para nós, Edmilson parece achar os problemas cotidianos da cidade demasiadamente pequenos para seu talentoso dom de estadista. Talvez por isso tenha deixado seu chefe de gabinete, Aldenor Jr, com a missão de governar a cidade e prefira dedicar seu tempo às causas mais sérias, como o embargo econômico a Cuba, ou, como agora, discursar sobre o revolucionário terrorista Marighella.

Não à toa, encaminhou à Câmara Municipal de Belém projeto para a criação de uma TV estatal, que antes mesmo de nascer já apelidaram de TV Potoca. Seu sonho é a massiva propaganda ideológica, perseguindo adversários e exaltando seus feitos, aos moldes de Nicaragua e Venezuela. Tudo isto, mais uma vez, pagos com dinheiro público. É claro. Afinal, socialismo que é bom, só presta mesmo se o dinheiro for dos outros.

Mas, voltemos ao tal bate-papo.

O que dizer então dos outros “palestrantes”, a vereadora Lívia Duarte ( PSOL) e Tourinho? Fica a pergunta: o que os autoriza a falar, ou até mesmo “bater papo” sobre Marighella? São historiadores? Possuem pesquisas nestas áreas? São pelo menos, então, ligados à 7º arte?

Ora, claro que não. O bate-papo certamente será apenas uma via de mão única. Criticar o governo de Bolsonaro, exaltar o marxismo e se “venderem” como a salvação da lavoura.

O que é curioso destes “revolucionários chapa-branca” é que não conseguem estender suas críticas à corrupção e administração desastrosa dos seus aliados bem ao seu lado. Se quedam silentes de forma positivamente constrangedora.

Como seria a reação desses “democratas do povo” se ao invés de Marighella fosse exibido o filme do MBL, “Não vai ter golpe” ou filme “Jardim das Aflições”, que conta a história do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho?

“Pode descer a porrada nos fascistas”, diriam. Como diria a frase do Millôr Fernandes “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”.

Mas se engana quem pensa que os ambientes universitários, como dantes, a esquerda militante faz o que bem entende. Foi-se o tempo. Agora, mesmo que incipiente, já existe um grupo pequeno, mas barulhento fazendo oposição.

Fico imaginando aqui com meus botões como seria tratado o aluno que, comparecendo ao debate, ousar discordar da visão hegemônica do grupo? Perderia os pontos? Apanharia dos democratas? Seria expulso a pontapés com palavras de ordem?

A conferir…

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