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Justiça converte em preventiva a prisão de lutador de MMA acusado de feminicídio em Ananindeua

Magistrado rejeitou tese de legítima defesa e manteve a prisão de Yago Roger Barreira da Costa, acusado de matar uma mulher trans em um motel.

A Justiça do Pará converteu em prisão preventiva a detenção em flagrante de Yago Roger Barreira da Costa, acusado de homicídio qualificado. O crime ocorreu no dia 28 de fevereiro de 2025, por volta das 19h30, no Motel Afrodite, localizado no bairro Águas Lindas, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. A vítima era uma travesti, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado.

Durante a audiência de custódia, realizada no Plantão Unificado, o Ministério Público e a Defesa manifestaram-se pela aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, argumentando que o acusado teria agido em legítima defesa. Segundo a defesa, a vítima teria tentado atacá-lo com uma arma branca (canivete), e ele teria reagido para proteger sua integridade física.

No entanto, ao analisar os autos, o magistrado considerou que não há elementos suficientes para comprovar a excludente de ilicitude neste momento. O juiz destacou que a vítima foi atingida por múltiplos golpes de faca em regiões letais do corpo, indicando possível desproporcionalidade na reação do acusado. Além disso, foi ressaltado que o investigado é instrutor de jiu-jitsu, o que sugere que ele possuía conhecimento técnico para imobilizar a vítima sem necessidade de recorrer a uma violência extrema.

Diante disso, a Justiça decidiu homologar a prisão em flagrante e convertê-la em preventiva, com base na gravidade concreta da conduta, na periculosidade social do acusado e na necessidade de garantir a ordem pública e a instrução criminal. “A violência contra pessoas transgênnero é uma questão de extrema preocupação social, devendo o Poder Judiciário atuar de maneira firme para evitar a reiteração de condutas semelhantes”, destacou o juiz na decisão.

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