Itziar Ituño, a “Lisboa” de La Casa de Papel, manda mensagem de solidariedade aos indígenas que ocupam a SEDUC
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Nesta segunda-feira, 27, o Instituto de Ciências da Educação da UFPA (ICED) divulgou uma mensagem de solidariedade enviada pela atriz e cantora basca Itziar Ituño, juntamente com os integrantes da banda Ingot (Juanpe Pedro Salvador, Joseba Serna e Rober Figuero), aos Povos Originários que estão em ocupação na Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc/PA). A mensagem expressa apoio à luta contra a Lei 10.820 da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que compromete o ensino presencial nas escolas e prioriza a educação a distância, o que, segundo os manifestantes, prejudica as comunidades indígenas e as populações do interior do estado.
Na mensagem, Itziar Ituño transmite palavras de encorajamento, dizendo: “Força, companheiros”, reforçando sua solidariedade e apoio à causa dos povos originários que resistem à implementação da referida lei e defendem o acesso à educação presencial e de qualidade. A atriz e os membros da banda se posicionam contra as medidas que, segundo eles, fragilizam o direito à educação de muitas comunidades, especialmente as mais distantes e vulneráveis.
Ocupação da SEDUC em Belém: Indígenas Protestam Contra Extinção do Sistema Modular de Ensino
No último dia 14, um grupo de indígenas realizou a ocupação do prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), localizado na Avenida Augusto Montenegro, em Belém. O protesto foi uma resposta à decisão do governo estadual de extinguir o Sistema Modular de Ensino Indígena (SOMEI), que, há décadas, vem garantindo a educação no interior do estado. Este sistema é visto como essencial para muitas comunidades indígenas e rurais que dependem do ensino a distância para garantir o acesso à educação.
Os manifestantes exigem a revogação da Lei Estadual 10.820, que formaliza a extinção do SOME, além de pleitearem a saída do secretário de Educação, Rossieli Soares. Segundo os indígenas, a medida prejudica diretamente suas comunidades, que não têm acesso fácil a escolas presenciais. A extinção do SOME representaria, para muitos, um retrocesso no acesso à educação de qualidade.
Em resposta à situação, no dia 24 de janeiro, o governador Helder Barbalho (MDB) organizou uma reunião técnica sobre a Política Estadual de Educação Escolar Indígena, no Palácio dos Despachos, em Belém. O encontro contou com a participação do governador, da vice-governadora Hanna Ghassan (MDB) e representantes de diversos povos indígenas. A reunião teve como objetivo discutir a elaboração de uma política específica para a educação indígena no estado, com base nas diretrizes do Grupo de Trabalho (GT) instituído pelo Decreto Estadual Nº 4.430/2025.
No entanto, a reunião terminou sem consenso. As lideranças indígenas que estavam ocupando a SEDUC não participaram do encontro, preferindo continuar suas manifestações simbólicas na sede do órgão. O movimento indígena criticou a agenda do governo, afirmando que não reconhece qualquer acordo com o Estado em relação à educação indígena. Além disso, exigiram que o governador se dirigisse pessoalmente até o local da ocupação ou escolhesse um espaço neutro para dialogar diretamente com as lideranças indígenas.
A situação ganhou mais visibilidade no dia 27 de janeiro, quando a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitou Belém e se solidarizou com a pauta dos manifestantes. Apesar do apoio da ministra, a manifestação ainda segue sem acordo, e os indígenas continuam insistindo na revogação da Lei Estadual 10.820 e na reabertura do diálogo com o governo estadual.
Até o momento, a ocupação da SEDUC permanece, refletindo a tensão entre o governo e os povos indígenas do Pará, que buscam garantir o direito à educação de forma justa e acessível para suas comunidades.