Belém ainda enfrenta sérios desafios de infraestrutura urbana, segundo os dados mais recentes do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (17). O levantamento avaliou dez indicadores que compõem a estrutura básica das vias urbanas nas capitais brasileiras, incluindo pavimentação, calçadas, acessibilidade, iluminação pública e arborização.
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Na capital paraense, 16% das ruas não tinham nenhum tipo de pavimentação até 2022, o quinto pior índice entre as 27 capitais. A ausência de calçadas (passeios) também foi expressiva: 22,92% das vias urbanas não dispunham de espaço adequado para pedestres, deixando Belém com o oitavo pior desempenho neste quesito.
Mesmo quando há calçada, a situação nem sempre é favorável ao pedestre. O IBGE aponta que 66,10% dessas calçadas apresentavam obstáculos como lixo, entulho, mesas de bares e carros estacionados, o que compromete a mobilidade urbana. Já em relação à acessibilidade, o cenário também é crítico: apenas 10,31% das vias contavam com rampas para cadeirantes, o quarto pior índice entre as capitais.
Outro dado que chama atenção é a falta de infraestrutura para o transporte coletivo. Mais de 91% das vias da cidade não possuíam ponto de ônibus ou van em 2022, segundo o levantamento. Em contrapartida, a capital apresentou bons resultados em dois indicadores: 98,17% das ruas tinham iluminação pública e 75,63% contavam com bueiros ou bocas de lobo — estruturas essenciais para o escoamento da água da chuva.
Apesar dos desafios, Belém figura entre as três capitais brasileiras com maior sinalização para bicicletas nas vias urbanas, com 6,17% das ruas sinalizadas para ciclistas, atrás apenas de Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE). No entanto, a cidade ainda tem pouca capacidade de circulação para pedestres, bicicletas e motocicletas — apenas 6,54% das vias suportam esses modais de forma plena.
Os dados do Censo 2022 reforçam a necessidade de investimentos em infraestrutura urbana, especialmente em um momento em que Belém se prepara para sediar a COP30, em novembro. A qualidade dos espaços públicos será um dos pontos observados por milhares de visitantes e representantes de países de todo o mundo.
