NACIONALNOTÍCIANOTÍCIASParáREGIONAL

Ibama libera obra no Pedral do Lourenço após quase três décadas de impasse

Com investimento previsto no Novo PAC, derrocamento no Rio Tocantins deve tornar trecho de 35 km navegável o ano todo; medida é comemorada por Helder Barbalho e enfrenta exigências ambientais rigorosas

Após anos de análises, impasses judiciais e trâmites ambientais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu nesta segunda-feira (27) a licença ambiental para a realização das obras de derrocamento no Pedral do Lourenço, em Itupiranga, sudeste do Pará. A autorização permite o uso de explosivos para retirada de rochas submersas em um trecho de 35 km do Rio Tocantins, visando a navegabilidade da hidrovia Araguaia-Tocantins durante todo o ano.

A medida, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), viabiliza o início da implantação de um canal de navegação estratégico para o transporte de grãos e minérios entre o Centro-Oeste e os portos da Grande Belém. A expectativa é de que o trecho, hoje considerado um gargalo logístico, se torne navegável inclusive nos períodos de seca.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), comemorou a liberação. “Isso posiciona para que consigamos garantir a navegabilidade do rio Tocantins o ano todo e fazer do rio navegável de Marabá a Barcarena, impulsionando a economia, gerando emprego e renda”, afirmou.

A licença do Ibama tem validade de cinco anos e exige a implementação de 32 planos e programas ambientais, além da proibição de retirada de vegetação nativa e fauna silvestre. Também está prevista a destinação de cerca de R$ 4 milhões para compensação ambiental.

O documento autoriza especificamente o “Derrocamento da Via Navegável do Rio Tocantins – Trecho 2, entre Santa Teresinha do Tauiri (Itupiranga) e a Ilha do Bogéa”, incluindo instalação de canteiros industriais, área de apoio e armazenamento de explosivos. Segundo o governo federal, o trecho rochoso de aproximadamente 40 km representa o principal entrave na hidrovia, que se estende por mais de 1.700 km entre Peixe (TO) e a Grande Belém.

A liberação encerra um longo capítulo que começou em 1995, quando o governo iniciou tentativas de aumentar a capacidade de navegação no Tocantins. Ao longo dos anos, o processo enfrentou paralisações, disputas entre o Ibama e a Semas, e até a anulação de licenças anteriores. A nova autorização é vista como decisiva para destravar uma das principais obras de logística fluvial da região Norte.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar