AGRODENÚNCIANOTÍCIAS

Helder Barbalho é alvo de protestos por produtores rurais em inauguração de ponte em Paragominas

Nova taxação sobre soja e milho gera insatisfação no agronegócio paraense, com impacto direto em regiões produtoras

No último sábado (25), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi recebido com protestos durante a inauguração da ponte sobre o Alto Rio Capim, que conecta os municípios de Ipixuna do Pará e Paragominas, no nordeste do estado. A insatisfação foi liderada por produtores rurais da região, contrários à Lei nº 10.837, sancionada em 26 de dezembro de 2024, que estabelece uma nova taxação sobre a produção de soja e milho.

Paragominas, principal produtora de grãos do estado, é uma das localidades mais afetadas pela medida. Vanderley Ataíde, presidente da AproSoja-Pará, criticou duramente a nova legislação, destacando que ela eleva os custos de um setor já pressionado por desafios como preços elevados de insumos, queda no valor das commodities e incertezas climáticas.

“Enquanto nós, produtores, somos penalizados, o próprio governador, que cultiva 1.000 hectares de soja e 2.000 hectares de milho, parece não sentir no bolso os impactos dessa taxação. Isso é inadmissível”, declarou Ataíde.

LEIA MAIS:

Impactos econômicos
Segundo Feliciano Neto, produtor de Paragominas, a taxação de R$ 33 por tonelada de milho e R$ 72 por tonelada de soja representa um “golpe duro” na economia local. “Esses recursos que poderiam ser investidos em novas áreas de plantio serão destinados aos cofres públicos. Isso significa menos empregos, menos investimentos e dificuldades para toda a cadeia produtiva”, afirmou.

Produtores de outras regiões do estado, como Tailândia, Xinguara e Goianésia, também alertaram para possíveis fechamentos de empresas e redução no desenvolvimento econômico regional devido à medida.

Desigualdades regionais
Vanderley Ataíde destacou que a realidade do Pará é muito diferente de estados como Mato Grosso e Goiás, que possuem infraestrutura consolidada e maior produtividade. “Enquanto no Pará produzimos, em média, 53 sacas de soja por hectare, outros estados alcançam até 80 sacas. Além disso, os custos de produção aqui variam de R$ 100 a R$ 400 por hectare, tornando impossível aplicar uma taxação uniforme”, explicou.

Apelo por diálogo
O presidente da AproSoja-Pará pediu a revogação da lei e sugeriu que o governo invista em infraestrutura e incentivo à produção como alternativas à taxação. “Melhorar estradas e ampliar áreas plantadas trariam arrecadação de forma sustentável. Taxar um setor já pressionado só resultará em mais endividamento”, argumentou.

Ataíde também fez um apelo ao governador Helder Barbalho. “O Pará tem um enorme potencial, mas precisamos de apoio, não de mais obstáculos. Governador, dialogue com o setor e construa um futuro sustentável para o agronegócio paraense.”

Até o momento, o governo estadual não respondeu oficialmente às críticas feitas pelos produtores rurais.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar