Coluna

Comus: jornalistas são exonerados por perseguição ideológica

Por Eduardo Cunha

A denúncia de abuso de poder e patrulhamento ideológico foi feita pela jornalista e blogueira Dedé Mesquita. Dedé acompanhou a exoneração de um jornalista “por WhataApp”, realizada por Keyla Negrão, coordenadora da Comus, no dia 30 de janeiro passado e sua desaforada justificativa. 

A exoneração sumária teria sido pelo fato de ele trabalhar concomitantemente para um portal de comunicação de Belém que ousa criticar o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL).

Pelo WhatsApp, a coordenadora, que lembra mais uma militante, escreveu em mensagem ao jornalista: “Mas te adianto que infelizmente o mal estar continua em relação ao portal em que trabalhas. É o perfil dessa mídia mesmo. Não interessa só o público, mas o privado também. Isso é bastante questionável”.

Mas adiante ela conclui “Esse portal passou a semana toda como uma revista de fofoca, querendo saber da admissão da esposa do prefeito no Detran. Imprensa marrom. Com tanta gente morrendo pra se preocupar. Não dá”(…)  “Me admiro de ti e da tua militância, de se prestar a trabalhar pra essa imprensa marrom”.

O portal havia publicado matéria em que denunciava o nepotismo cruzado de Josiane (Bianca) Belém da Costa Rodrigues, esposa do prefeito Edmilson Rodrigues, admitida com um altíssimo DAS para ser assessora do presidente do Detran.

Segundo Dedé, Keyla possui essa característica “revanchista” e de difícil trato com os servidores, desde que foi uma das “cabeças” da recém-criada Secretaria de Comunicação do Pará (Secom), no Governo Ana Júlia, em 2007.

Impessoalidade – Talvez pela pouca prática de gestão Keyla não saiba, mas tendo em vista o princípio da impessoalidade previsto na Constituição Federal, Art. 5º, não há como confundir o interesse da administração com o interesse do partido ou até mesmo o interesse pessoal do prefeito. São coisas bem diferentes.

Conquanto possua critérios discricionários para compor seu quadro de servidores comissionados, ou seja, de livre nomeação e exoneração, da feita que elenca os motivos da exoneração, passam a ser passíveis de sindicância pelo Judiciário.

Trocando em miúdos: alguém avise para a senhora Keyla Negrão que ela não pode demitir ninguém pelo fato de essa pessoa não ser do PSOL, ou porque não votou em Edmilson, tampouco se apenas trabalha em um veículo que não é chapa branca.

Patacoadas – A bem da verdade, desde o primeiro dia do governo Edmilson a Comus/Agência Belém já vem aprontando as suas patacoadas. 

Para quem não se lembra, a Agência Belém despublicou as reportagens da semana mostrando obras de inaugurações do antigo prefeito Zenaldo Coutinho e de quebra fez propaganda do PSOL nacional em uma matéria com o Guilherme Boulos. Com a grita da mídia independente que mostrou a irregularidade, as matérias voltaram ao ar, mas foram jogadas para muitas páginas depois e a reportagem “chapa branca” sobre o PSOL foi retirada definitivamente do ar.

O “Belém das Novas Ideias”, do slogan de campanha do ED/50, está me cheirando um retrocesso para as vetustas práticas dos seus governos passados. Quais sejam: Arrogância, Nepotismo, Fisiologismo, Patrulha, e malversação do dinheiro público.

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