Comemoração do acesso do Remo à Série B gera aglomeração na Doca
A linda vitória do Clube do Remo, no domingo, 10, à noite, e sua chegada à Série B do Campeonato Brasileiro deixou a torcida do Leão muito feliz.
Mas, em tempo de pandemia, não se pode achar que a alegria justifica desobediência à lei e, principalmente, desrespeito à própria vida e às dos outros.
Durante toda a noite e a madrugada houve carreatas ruidosas e aglomerações gigantescas, sem uso de máscara ou de qualquer cuidado.
Não é possível ignorar que o vizinho estado do Amazonas – de onde continuam chegando pessoas todos os dias por barco e avião – está em estado de sítio.
O governo de lá já abriu mais de 600 leitos novos de UTI e até um hospital inteiro mas tem muita gente sem atendimento, e a empresa fornecedora de oxigênio já avisou que não consegue mais abastecer em quantidade suficiente para a enorme demanda.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, teve que pedir ao Exército para levar cilindros extras de oxigênio a fim de socorrer a população e foi às redes sociais pedir pelo amor de Deus que ninguém saia de casa se não for absolutamente necessário.
No Pará, a situação também é crítica: todos os hospitais públicos e particulares estão lotados. Muita gente do interior está à beira da morte esperando transferência e não consegue vaga. É muita falta de responsabilidade de quem se aglomera e das polícias que não cumprem o decreto em vigor.
Para não descontentar eleitores, o Governo do Pará fechou os olhos para esse absurdo e daqui a duas semanas todas essas pessoas poderão estar mortas ou ter contaminado e matado seus parentes e amigos com a transmissão da Covid-19.
As imagens de domingo, 10, são vergonhosas, e simplesmente nenhuma autoridade se manifestou e muito menos tomou providências. É o cúmulo da falta de respeito, empatia e responsabilidade. Milhares de pessoas estão mortas. Quantas mais deverão morrer para que esse descalabro cesse? E o Ministério Público – Federal e Estadual – , ficará mudo e quedo?
Fonte: Franssinete Florenzano (do blog Uruá Tapera)